Um grupo de engenheiros que atuou voluntariamente durante as enchentes e deslizamentos em 2008 estará em Joinville amanhã para falar das causas da tragédia e dar dicas de como evitá-la no futuro. O objetivo é chamar a atenção do poder público sobre a necessidade de estudos técnicos que previnam os desmoronamentos – a principal causa das mortes no desastre do ano passado.
O encontro, promovido pela Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS), pode se repetir em Blumenau, Gaspar e Ilhota. A apresentação começa às 14h30, na sede da Associação Empresarial de Joinville (Acij). Os engenheiros devem apontar ações preventivas, como a identificação das áreas de risco e a retirada dos habitantes destas áreas.
Quem mora em encostas e perto de córregos, por exemplo, deve estar preparados para o pior. "O ideal é evitar qualquer tipo de construção nesses locais", diz o engenheiro Edgar Odebrecht, que vai participar do encontro.
A ideia do evento é reunir autoridades e avaliar as causas da tragédia do ano passado, que registrou cerca de quatro mil deslizamentos, principalmente no Vale do Itajaí e na região Norte. "Não temos como controlar as chuvas, mas podemos orientar as pessoas sobre como prevenir tragédias", afirma o engenheiro. Na época dos desastres – em novembro e dezembro de 2008 – ele participou da mobilização da ABMS.
Uma das missões do voluntário joinvilense foi coordenar uma equipe envolvida em operações com a Defesa Civil em Navegantes, no Litoral Norte.
"Os técnicos participaram de sobrevoos, resgataram pessoas e ajudaram até na remoção de corpos", disse. O grupo se instalou em um posto de comando no aeroporto e dividiu tarefas com geólogos de universidades e institutos de pesquisa.
A última missão foi fazer uma análise do Morro do Baú, em Ilhota, uma das áreas que mais sofreram com os deslizamentos. O diagnóstico das causas da tragédia será discutido no evento, que também terá o relato das experiências vividas pelos participantes.
Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: Geral.
Página: 12.
