JOINVILLE – A chuva pode até voltar a assustar Santa Catarina, mas se o Estado tiver aprendido a lição com a tragédia do ano passado, a catástrofe poderá ser amenizada. Para que isso aconteça, uma das medidas emergenciais é o mapeamento de áreas de risco. A constatação é dos engenheiros da Associação Brasileira de Mecânica dos Solos (ABMS) que integraram uma base de apoio em Navegantes, entre novembro e dezembro.
Durante o desastre, eles vistoriaram áreas de interdição. O trabalho, feito junto com a Defesa Civil e instituições de ensino, embasou a principal conclusão do grupo: o poder público precisa se preparar para enfrentar situações desse tipo.
– Se não podemos evitar as chuvas, podemos prevenir esse tipo de catástrofe – disse o presidente da ABMS, Jarbas Milititsky.
Em São Paulo, já há um trabalho de monitoramento da Defesa Civil com a ajuda de especialistas de geotecnica. Em Santa Catarina a prevenção ainda é incipiente, mesmo com alguns avanços conquistados após a tragédia.
De acordo com os engenheiros, o excesso de chuvas – 56 dias de precipitação quase ininterrupta – foi o que desencadeou todos os 4 mil deslizamentos em Santa Catarina. Os técnicos não negam que fatores sociais aceleraram o poder de destruição da chuva – como as construções e ocupações irregulares – mas quando indagados sobre uma solução para o problema, tiram o cidadão comum do foco e apostam numa mobilização governamental.
– Se houver novamente uma tragédia desse tamanho, que pelo menos estejamos preparados para enfrentá-la – disse Milititsky.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11553.
Editoria: Geral.