A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) também elege este ano nova diretoria. Diferente do que ocorre na CNM, já existe consenso sobre quem substituirá o ex-prefeito de Recife (PE), João Paulo Lima e Silva (PT), atual presidente. O sucessor será o prefeito reeleito de Vitória (ES), João Coser (PT).
As eleições estão previstas para abril. Outros dois nomes da chapa estão definidos. O prefeito reeleito de Cuiabá (MT), Wilson Santos (PSDB), ficará com a primeira vice-presidência da FNP. A segunda vice-presidência será do atual prefeito do Rio de Janeiro (RJ), Eduardo Paes (PMDB), uma candidatura articulada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que enviou um interlocutor para convocar o prefeito do Rio a assumir esta representação.
FNP e CNM integram o Comitê de Assuntos Federativos (CAF), criado pelo governo federal para tratar de assuntos que envolvam relacionamento entre União e administrações locais. Também tem assento no CAF a Associação Brasileira de Municípios (ABM), presidida pelo ex-prefeito de Cambé (PR), José do Carmo Garcia (PTB), cuja sucessão será só em 2010.
ABM e CNM elegem diretoria a cada três anos. A FNP, a cada dois. A periodicidade de eleições é apenas uma das diferenças entre as três. Exceto nos meses que antecedem a troca de comando, a diretoria da FNP pode ter apenas prefeitos. Já CNM e ABM admitem ex-prefeitos.
Enquanto a CNM é vista como porta-voz de municípios menores em população, a FNP representa capitais e outras cidades de grande e médio porte populacional de regiões metropolitanas. Já a diferença de foco da ABM não está no porte dos municípios. Embora também se posicione sobre os temas e participe de negociações com o governo federal, não se considera como entidade voltada à mobilização e à articulação política entre prefeituras, como são CNM e FNP. "Nosso perfil é mais técnico", mais voltado à formação e qualificação profissional de gestores públicos, reconhece o diretor-executivo da ABM, José Carlos Rassier. Até pelo número de municípios contribuintes, também é grande a distância entre orçamentos e estruturas administrativas. Com apenas cinco funcionários, sede alugada em Brasília e 189 prefeituras contribuintes, a FNP estima para 2009 receita de R$ 3,2 milhões, incluindo patrocínios para eventos. Já a CNM, que tem mais de 200 empregados em Brasília e Porto Alegre, obteve receitas em torno de R$ 24 milhões em 2008, entre contribuições das prefeituras, patrocínios e rendimentos de aplicações financeiras. Segundo a entidade, o quadro de pessoal é grande porque presta assessoramento e consultoria, nos mais diversos temas, às prefeituras filiadas, que são cerca de 3,7 mil. A CNM ainda não tem sede própria. Mas informa que tem aplicada no sistema financeiro reserva em torno de R$ 40 milhões, a ser usada, entre outras finalidades, para adquirir sede própria.
A ABM tem sede própria em Brasília, avaliada em R$ 5 milhões, e quadro de funcionários que oscila em torno de 15 pessoas. Suas receitas para 2009 são estimadas em R$ 3,5 milhões. José Carlos Rassier explica que, embora as filiadas passem de 3 mil, as prefeituras que pagam contribuição mais fielmente são em torno de mil apenas.
Veículo: Jornal Valor Econômico.
Editoria: Política.
Jornalista: Môniza Izaguirre, de Brasília.