Mais da metade dos municípios catarinenses não atingiu a meta de aprendizado mínimo em português, entre os alunos da 4a série do ensino fundamental, na Prova Brasil. O teste foi desenvolvido pelo Ministério da Educação, e aplicado em 2007 a alunos das redes pública e privada.
A meta, estabelecida pela ONG Todos pela Educação, tomou por base os resultados do teste de 2005. A partir dos números, os índices futuros foram previstos com um acréscimo gradual, projetando que, até 2022, todas as cidades alcancem 70% de alunos com conhecimento mínimo de matemática e língua portuguesa.
Participaram da avaliação 77.912 alunos catarinenses de 4ª série e 61.890 de 8ª. Os resultados de 2007 mostram que 53,3% dos municípios catarinenses que participaram do teste não alcançaram o índice esperado de aprendizado entre os alunos da 4ª série em português. O percentual dos municípios cujos alunos da 8a série não chegaram ao conhecimento mínimo na mesma disciplina foi de 31,8%.
Em matemática, a situação foi diferente quanto às séries. Enquanto apenas 18,5% dos municípios catarinenses não alcançaram o aprendizado mínimo esperado entre os alunos da 4a série, o índice das cidades entre os alunos da 8a foi de 51,25%.
O mestre em educação Anderson Sartori acredita que o teste é válido no sentido de o Brasil avaliar o processo e buscar resultados melhores na educação, com a equiparação aos índices internacionais. No entanto, ele questiona até que ponto a avaliação vem sendo usada como instrumento de mudança.
– Temos problemas graves na educação. Estudantes saem da 8a série com nível de escolaridade da 3ª. A situação, não só nessas disciplinas, é alarmante – lamenta.
O diretor de Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação, Antônio Pazeto, faz a ressalva de que os dados da prova foram contestados por municípios e estados, e estão sendo revistos pelo Ministério da Educação. Sobre os resultados pré-oficiais, Pazeto acredita que os catarinenses estão melhorando se os dados de 2007 forem comparados aos de 2005. Entretanto, admite que os números ainda estão aquém do satisfatório:
– As melhorias devem ser de leitura e interpretação de textos. Com isso, melhoram o português e o entendimento para solução de problemas.
A coordenadora de pesquisa e conteúdo da ONG Todos pela Educação, Alice Ribeiro, constatou que, tanto em Santa Catarina quanto no Brasil subiram os níveis de conhecimento dos alunos. Entretanto, os índices não representam o aumento suficiente para atingir a meta.
– Se continuar assim, não alcançaremos a meta. Os objetivos vão se tornando mais desafiadores, já que os que não atingiram o primeiro índice precisarão se esforçar em dobro para chegar ao segundo, e assim por diante.
Português (ver anexo 139)
Para entender as tabelas (ver anexo 140)
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8362.
Editoria: Reportagem Especial.
Página: 4.
Jornalista: Lilian Simioni.