Empresários aderem à pressão por rapidez

BLUMENAU – Lideranças empresariais e políticas de Blumenau afinaram o discurso para tentar reverter o impasse burocrático que atrasa 24 obras de infraestrutura urbana. Um grupo de empresários conversou com o prefeito João Paulo Kleinübing (DEM), sexta-feira. Decidiu-se encaminhar um documento à senadora Ideli Salvatti (PT), sugerindo duas ações: ou muda-se o texto do Decreto 6.663, que exige licitação em obras classificadas como preventivas; ou edita-se nova Medida Provisória, transferindo o dinheiro da prevenção para a rubrica de recuperação emergencial. Ambas dependem de atitude direta do presidente da República. Por isso, o objetivo é conseguir uma audiência com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O documento deve chegar neste fim de semana às mãos da senadora, que sexta-feira preferiu não se pronunciar, alegando que buscava informações sobre como resolver o impasse. O prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) defende que a saída mais viável – e rápida – é a mudança no decreto:

– Acho a transferência de recursos mais difícil porque envolve Orçamento e passa pelo Congresso Nacional.

O encontro com lideranças foi a portas fechadas. Depois, Kleinübing e os empresários procuraram não apontaram culpados para o erro. O prefeito disse apenas que a MP 448, que separou R$ 1,6 bilhão para o Estado, já previa a divisão dos valores em três itens (prevenção, restabelecimento no cenário do desastre e atenção às pessoas). No entanto, o Decreto 6.663 – criado para desburocratizar o processo – exige a licitação para obras de ações preventivas. Os catarinenses tomaram conhecimento da obrigatoriedade segunda-feira passada, no Ministério da Integração Nacional, em Brasília.

– Esta união é importante porque o poder executivo, às vezes, tem limitações políticas para levantar a voz com mais energia. Nós, da iniciativa privada, podemos "bater" mais forte – avaliou o presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau (Sintex), Ulrich Kuhn.

– Isso é uma demonstração da "burrocracia" deste país, das pessoas incompetentes que estão atrás destes departamentos. Será que essa é a primeira vez no Brasil que isso acontece? – questionou o presidente da Federação das Indústrias de SC, Alcantaro Corrêa.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11580.
Editoria: Política.
Jornalista: Giovana Pietrzacka (giovana@santa.com.br).