No escuro e sem lugar para reclamar

APIÚNA/ASCURRA/RODEIO – No Posto Avançado de Saúde, no Centro de Rodeio, uma geladeira com gerador próprio guarda as vacinas. O equipamento mantém o material refrigerado até 48 horas depois de uma queda de energia elétrica. A aquisição de R$ 11 mil foi a alternativa encontrada para evitar transtornos com as frequentes quedas e oscilações no abastecimento da Celesc. Ano passado a cidade perdeu todo o estoque de imunização e as reclamações têm levado os consumidores a protestar no gabinete do prefeito. São dois eletricistas da Celesc para atender 11 mil consumidores de Rodeio, Apiúna e Ascurra.

– É uma falta de respeito com o consumidor, que, se deixar de pagar, será punido com corte de energia. Aguardamos uma justificativa para o problema há quatro meses – protesta o prefeito de Rodeio, Carlos Pegoretti, proprietário de um posto de combustível que teve prejuízo de R$ 3 mil com a queima da bomba.

Os consumidores da Celesc argumentam ainda que não têm onde reclamar. O posto de atendimento ao público de Rodeio abre dois dias por semana e, às vezes, precisa ser fechado porque os funcionários vão para serviços externos. Em Apiúna, o escritório atende segunda, quarta e sexta. Em Ascurra não há posto. O eletricista da Celesc Jair Busarello lembra que há seis anos existiam seis funcionários em Rodeio:

– Eles se aposentaram e fiquei sozinho. A Celesc encaminhou mais um funcionário e uma estagiária. Mas com o novo modelo de administração da empresa, diminuiu ainda mais o pessoal. Hoje há só uma pessoa no posto.

– Em Ascurra não tem escritório da Celesc e em Apiúna há apenas um funcionário. Quando ocorre um vento ou algum veículo bate num poste, dá um berreiro – considera o prefeito de Ascurra, Moacir Polidoro.

O prefeito Pegoretti foi a Florianópolis ano passado conversar com o presidente estadual da Celesc sobre o problema. Mas alega não ter obtido resposta.

 

Contraponto

– A tendência é fechar os escritórios se não tiver reposição do pessoal. A Celesc não está contratando mais funcionários este ano. A tendência é investir em tecnologia, e não em pessoal.

Em vez de fechar os escritórios, a empresa optou por fazer um rodízio de atendimento alguns dias da semana, o que atenderia à demanda de serviço. A Celesc estuda uma alternativa para trabalhar com sistema de rodízio em turnos de revezamento, já aplicado em Blumenau, Brusque e Timbó. Hoje, os dois eletricistas de Rodeio, Ascurra e Apiúna trabalham simultaneamente. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que controla todas as concessionárias do país, inclusive a Celesc, há mil funcionários a mais do que deveria na concessionária de Santa Catarina. Sobre os problemas de falta e oscilação de energia, havia uma falha no equipamento já solucionada pela Celesc.

Saiba mais (anexo)

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11638.
Editoria: Geral.
Página: 15.
Jornalista: Magali Moser (magali.moser@santa.com.br).