O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que o Brasil teve crescimento negativo no primeiro trimestre de 2009.
Em audiência pública no Senado, Mantega disse que ainda não sabe os números que serão divulgados no início de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas que, de fato, houve uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) no período.
– Mas não dá para concluir que houve recessão – alerta o ministro, referindo-se ao critério que se baseia em duas quedas trimestrais consecutivas do PIB.
No quarto trimestre do ano passado, a economia brasileira encolheu 3,6%. Para Mantega, esse conceito de recessão técnica pode ser adotado ou não.
– Tem economistas que consideram que um resultado negativo por dois trimestres consecutivos representa recessão técnica, mas temos de ver o que isso significa do ponto de vista econômico – disse.
Para Mantega, o resultado dos três primeiros meses de 2009 não diz nada do que está acontecendo na economia agora.
– Estamos olhando pelo retrovisor – avaliou.
O ministro disse que, até setembro do ano passado, nenhum economista sabia a virulência da crise.
– Em agosto (de 2008), eu não ia fazer terrorismo econômico. A economia estava indo bem – disse.
Segundo o ministro, em 2008, não dava para prever que o país teria uma economia negativa em 2009. Por isso, segundo ele, o Brasil estimou um crescimento para este ano entre 4% e 5%.
– A crise foi de uma virulência maior que imaginávamos. Mudamos nossas projeções e adotamos medidas para combater essa crise.
Última revisão oficial foi positiva em 0,7%
Segundo a última revisão oficial, o governo projeta um crescimento de 0,7% do PIB este ano. Ele lembrou que tem recebido críticas de articulistas sobre as suas projeções. O ministro destacou, entretanto, que, desde 2006, tem acertado as projeções de crescimento do PIB, mas disse que 2009 é um ano atípico.
De acordo com Mantega, a crise serviu para por o Brasil à prova.
– E nos saímos muito bem. O importante é que estamos em processo de recuperação – disse.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8450.
Editoria: Economia.
Página: 14.