A apresentação do sétimo balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi marcada por referências aos recentes ataques do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a obras previstas no programa.
Ao responder sobre as divergências no governo em relação ao prazo das obras, que dependem de licença ambiental, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que no governo é aplicado o método "Toyota", no qual todos os membros do governo fazem um pacto para a realização das ações.
– Há divergências. Ninguém trabalha em um lugar onde não se pode dar opinião. Mas as divergências são sanadas. Hoje, os obstáculos são menores – afirmou a ministra.
Segundo ela, o termo Toyota, usado pelo presidente Lula, significa todos os ministros em uma mesa, discutindo em conjunto e de forma integrada.
Já o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, foi mais direto nas respostas a Minc. Ao comentar a situação das obras da BR-319, no Amazonas, alvo de pesadas críticas de Minc, na semana passada,
Nascimento disse que era preciso "esclarecer para pessoas que não conhecem a Amazônia e nunca estiveram lá, que a rodovia não é uma estrada nova". Segundo ele, todos os acordos firmados com o Ministério do Meio Ambiente estão sendo cumpridos.
– Eu entendo a preocupação do Ministério do Meio Ambiente, inclusive fizemos um estudo do impacto ambiental e respeitamos uma série de exigências – afirmou.
Ministro Alfredo Nascimento espera licença ambiental
A título de exemplo, citou a criação de unidades de preservação às margens da rodovia, que representariam 10 milhões de hectares.
– Todas as providências que foram suscitadas pelo Ministério do Meio Ambiente foram cumpridas. O Amazonas é um Estado que é exemplo de preservação para o mundo – disse.
Nascimento disse ainda que espera que até o dia 15 de junho saia a licença para o início das obras da rodovia.
– Estou tranquilo em relação a isso, independentemente do vem sendo noticiado – afirmou, referindo-se às críticas.
Na semana passada, Minc disse que eticamente e moralmente ele não poderia dar licença ambiental para a rodovia. Minc era um dos participantes da cerimônia de divulgação do balanço do PAC.
Os números |
> O governo gastou R$ 3,7 bilhões em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até maio |
> O valor representa 18% do total previsto para 2009, que é de R$ 20,5 bilhões. Em relação ao orçamento proporcional para os cinco primeiros meses (R$ 8,5 bilhões), o valor representa 43,5% |
> Do total que foi gasto em 2009, porém, apenas R$ 700 milhões é "dinheiro novo", ou seja, faz parte do orçamento da União de 2009 |
> De 2007, quando o PAC foi lançado, até agora, o governo já gastou R$ 22,5 bilhões em obras do programa |
> Segundo a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o valor total gasto no PAC até agora é de R$ 62,9 bilhões, incluindo investimentos privados e das estatais |
> De acordo com o balanço, 77% das ações do PAC estão em estágio adequado. Outros 7% pedem atenção e 2% estão em estado preocupante. Foram concluídas 14% das obras |
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8456.
Editoria: Política.
Página: 10.