País fica em 75º entre 182 países no ranking do IDH

O Brasil tem um histórico de aumento contínuo e constante , mas com passos curtos, do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Essa é a constatação do coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano 2009 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Flávio Comim. O documento mostra que o país ocupa a 75ª posição em um ranking que inclui 182 nações. De 1980 a 2007, o IDH brasileiro aumentou apenas 0,63%.

No ano passado, o país ocupava o 70º lugar, mas uma revisão de dados fez com que Dominica, Rússia e Granada subissem no ranking, ultrapassando o Brasil. "Dominica e Granada foram beneficiadas pelo aumento da expectativa de vida quando houve a revisão dos dados. No caso da Rússia, foi o aumento da renda que pesou", explicou o coordenador.

Além disso, a entrada de Andorra e Liechtenstein no ranking divulgado este ano (referente a 2007), em postos acima do ocupado pelo Brasil, fez com que o país caísse cinco posições, apesar do índice ter subido de 0,808, em 2006, para 0,813, em 2007.

De acordo com Comim, isso significa que o Brasil permanece na mesma posição. "Se um país cresce pouco, ele acaba ficando para trás no ranking", explicou. O maior desafio para que o Brasil consiga elevar sua posição no ranking é aumentar a expectativa de vida da população, que atualmente é de 72 anos em média – dez a menos do que a japonesa, por exemplo.

Nesse ponto, o maior entrave, segundo Comim, é a alta taxa de mortalidade infantil brasileira. "Isso está ligado não só à saúde, mas também à educação. Entre crianças filhas de mães sem nenhum acesso à educação, as taxas de mortalidade infantil chegam a 119 por mil nascidos vivos. É um número maior do que os de muitos países africanos."

Para Comim, aplicar 7% do PIB na saúde é pouco. "Faz 30 anos que o Brasil está atrás da Argentina, Uruguai e Chile no índice. O que puxa o IDH brasileiro para baixo é a saúde, a expectativa de vida." Além disso, afirma, a taxa média de matrícula de 87,2% nos níveis fundamental, médio e superior é prejudicada pelo alto índice de analfabetismo.

Data: 6 de outubro de 2009.
Veículo: Jornal Valor Econômico.
Editoria: Brasil.