A Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) esteve no Vale do Itajaí em 1986, também para oferecer apoio técnico e financeiro após as enchentes de 1983 e 1984. Na época, após a visita, um projeto foi formulado com o objetivo de conter as cheias na região. A principal medida sugerida foi a construção de um canal extravasor no Rio Itajaí-Açu, com o alargamento do rio e construção de diques. O projeto gerou polêmica, foi contestado por órgãos ambientais e acabou não saindo do papel.
Em artigo publicado ontem no Santa, a secretária executiva do Comitê do Itajaí, Beate Frank, relembra que "o plano diretor de controle de cheias, além de nunca ter sido traduzido para o português, foi criticado por diversas razões, dentre as quais, a incapacidade de lidar efetivamente com o problema das enchentes".
Para ambientalistas, a intervenção de obras físicas de grande porte pode causar mais prejuízos do que benefícios. Na época, o alto custo de implantação – US$ 500 milhões – também foi criticado.
A possibilidade de construção do canal extravasor voltou a ser discutida em maio, na Assembleia Legislativa do Estado. Na ocasião, o governo garantiu que, apesar de ter feito parte das discussões após a tragédia de novembro, o canal extravasor não é prioridade nos planos de prevenção de cheias no Vale.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11769.
Editoria: Geral.
Página: 9.
Jornalistas: Daniela Pereira (daniela.pereia@santa.com.br) e Rafael Waltrick (rafael.waltrick@santa.combr).