FLORIANÓPOLIS – Os servidores da Casan ameaçam fazer greve caso o governo não tome uma medida firme para frear o processo de municipalização e privatização do abastecimento de água em Santa Catarina. Hoje, trabalhadores de todo o Estado fazem um dia de paralisação para debater o assunto. Está marcado para as 9h um ato em frente à Assembleia Legislativa e são esperados mais de 20 ônibus trazendo servidores de todas as regiões.
Para os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de Santa Catarina (Sintaema), as recentes decisões de prefeitos de romperem o contrato em vigência com a Casan, como ocorreu em Chapecó, acabarão levando a empresa à falência. A consequência imediata deste processo, na avaliação dos sindicalistas, será o início de demissões. Para o Sindicato, o discurso em favor da municipalização não se comprovou na prática, porque as prefeituras não teriam capacidade de endividamento, o que compromete os investimentos na área do saneamento básico.
– Os números mostram que as cidades que romperam com a Casan não conseguiram avançar na implantação do sistema de esgoto. Então os prefeitos querem a receita gerada pela água, mas não conseguem dinheiro para construir a rede de coleta e tratamento de esgoto – destaca o diretor de Finanças do Sintaema, Mário Dias.
Ontem, servidores se reuniram na Assembleia Legislativa para começar a debater a questão. Cerca de 200 trabalhadores lotaram as galerias do plenário, enquanto que uma comissão do Sindicato percorreu os gabinetes dos deputados. A ideia é avançar na discussão de propostas como a criação de uma Agência Reguladora Estadual e um modelo de gestão associada da água entre Estado, União e municípios.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11806.
Editoria: Economia.
Página: 9.
Jornalista: Natália Viana (natalia.viana@diario.com.br).