FLORIANÓPOLIS – Turista não quer só mar, calor e céu azul. Comida, diversão e arte também constam da lista. E por que não renovar a fé, tomar banhos termais e passear em trens cheios de história? O 1º Salão Catarinense de Turismo, que começa hoje, na Capital, vai mostrar o que há de roteiros turísticos no Estado e o que está sendo preparado para o futuro.
Durante o evento, serão apresentadas 10 regiões turísticas do Estado, com algumas novidades, como os Caminhos da Fé, o turismo ferroviário e as águas termominerais. O secretário de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel, declarou que o salão é resultado de políticas do Ministério do Turismo e da movimentação turística mundial.
– O futuro do turismo são roteiros e segmentos diferenciados. Chegamos agora ao ápice, com roteiros estabelecidos e outros acontecendo. O WTTC fortaleceu nosso projeto, veio confirmar que esse é o caminho – reforçou.
Mas além dos problemas para o turismo de sol e mar já conhecidos, como trânsito caótico e falta de água, ainda faltam estruturas adequadas para atender públicos específicos, como o da terceira idade.
– Nosso estado é muito religioso, tem grutas, igrejas. Mas há lugares em que temos o produto, mas a forma como as cidades estão preparadas não é a contento. A gruta de Nossa Senhora de Lourdes, em Águas Mornas, é linda, mas fica no meio da rodovia, sem uma escada nem corrimão – afirma Simone Zonzini, gerente de eventos da Mark Tur, agência especializada em turismo religioso.
O secretário Knaesel reconhece que o grande desafio a enfrentar é a infraestrutura, mas vê um avanço nos últimos anos. Ele entende que o turismo tem parcerias público-privadas e nem sempre essas duas partes andaram juntas. Para enfrentar essa deficiência, Knaesel planeja mudanças no Funturismo, que, nos primeiros anos de operação, privilegiou cerca de 70% dos recursos para eventos. Tanto que até o final do ano, serão entregues 15 centros de eventos no Estado. Para a próxima gestão, sugere uma atenção maior à infraestrutura. Ampliar a malha aérea, em parceria com o governo federal, melhorar acessos nas estradas e tratar do saneamento básico estão entre as principais urgências, segundo o secretário.
A gerente de políticas de turismo da secretaria de Turismo, Cultura e Esporte, Elisa Wypes Sant'Anna de Liz, explica que o grande objetivo do salão é mostrar que há atrações de turismo para o ano todo, e não apenas o sol e mar. O presidente da Abav, Eduardo Loch, afirma que serão fomentados roteiros com agências de viagens que trabalham com turismo receptivo no interior do Estado, com roteiros, hospedagem, transporte e assistência.
São esperadas 30 mil pessoas para os cinco dias de evento. Os produtos e roteiros turísticos de 10 regiões catarinenses serão exibidos e vendidos em estandes.
Segmentos turísticos |
Caminhos da fé |
– O que tem – é considerada a grande novidade do salão. Já existem atrações como o Santuário de Santa Paulina, em Nova Trento, o Santuário Nossa Senhora do Caravaggio, em Brusque, e o Santuário Diocesano da Bem Aventurada Albertina, em Imaruí. Mas estas atrações ainda não estão estruturadas como um roteiro. Ainda falta estruturar as cidades, com sinalização, por exemplo. A previsão é lançar o roteiro em maio durante o Salão Brasileiro de Turismo. |
Ferroviário |
– O que tem – existem trens turísticos em algumas regiões, mas ainda não estão estruturadas como um roteiro. No sul, funciona no verão nas cidades de Tubarão a Jaguaruna e Imbituba, e no inverno em Tubarão, Urussanga e Siderópolis. No norte, a locomotiva a vapor parte uma vez por mês de Rio Negrinho e São Bento do Sul. No Vale do Itajaí, a Ferrovia das Bromélias foi reaberta para passageiros em Apiúna. Em Porto União, a locomotiva La Meuse faz o trajeto turístico, e em Piratuba, no Oeste, há um passeio até a cidade de Marcelino Ramos. |
Saúde |
– O que tem – praticamente todo o Estado tem potencial de águas termais. Há 14 instâncias hidrotermais no Estado, todas com propriedades medicinais diferentes. Piratuba, Gravatal, Santo Amaro da Imperatriz e Águas Mornas são localidades que oferecem infraestrutura bem instalada. |
Rural |
– O que tem – o projeto Acolhida na Colônia já oferece roteiros na Serra Geral (Anitápolis, Santa Rosa de Lima, Gravatal e Urubici) e no Alto Vale do Itajaí. O roteiro é montado de acordo com o interesse do viajante. O agroturismo é mais rústico e oferece hospedagem em pequenas propriedades, geralmente especializados em agricultura orgânica. É diferente de hotéis fazenda, que têm estrutura mais elaborada. Há um projeto de implantar cicloturismo nessas propriedades. A secretaria do turismo trabalha com 12 principais segmentos. Alguns têm roteiros prontos, outros estão em planejamento. Conheça o que o Estado tem a oferecer em quatro áreas |
Fonte: Secretaria de Turismo |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11892.
Editoria: Economia.
Página: 7.
Jornalista: Alicia Alão (alicia.alao@santa.com.br).