BLUMENAU – No dia em que o governo federal anunciou o segundo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), o Vale do Itajaí recebeu uma má notícia sobre a mais aguardada das obras incluídas no primeiro PAC, lançado em 2007. Etapas fundamentais para viabilizar o início da duplicação da BR-470, o estudo de impacto ambiental e o projeto executivo vão atrasar novamente. Previstos para serem concluídos até abril, os dois estudos devem ficar para junho. No PAC 2, anunciado ontem em Brasília, há duas promessas para o Vale: melhorias na retroárea e em um dos berços de atracação do Porto de Itajaí e uma ferrovia projetada para ligar Itajaí a Dionísio Cerqueira.
Segundo o primeiro prazo divulgado pelo Dnit para a BR-470, o estudo ambiental e o projeto seriam finalizados até o final do ano passado. Ambos são de responsabilidade da empresa Prosul Projetos, Supervisão e Planejamento Ltda, sediada em Florianópolis. A conclusão do projeto executivo para dezembro, inclusive, era prevista no próprio edital de contratação. No entanto, o Dnit prorrogou o prazo para abril, que novamente não será cumprido. Como o lançamento da licitação para execução da obra depende da conclusão dessas etapas, o início da duplicação foi empurrado do final de 2009 para o final deste ano.
A demora na conclusão das duas etapas é causada, segundo o Dnit, pela complexidade do trabalho de campo. Somente o projeto executivo contempla 20 estudos e projetos complementares, que abrangem desde a análise geotécnica do trecho até a definição dos terrenos que precisarão ser desapropriados e a busca por certidões dos proprietários.
Nova previsão é concluir a duplicação até o início de 2013
O Dnit estima que, com a conclusão do projeto e do estudo ambiental, a licitação para a execução deve ser lançada no início do segundo semestre. Como o processo pode levar até 120 dias, a intenção é contratar a empresa responsável pelas obras de duplicação ainda este ano, para que elas sejam finalizadas até o início de 2013. No PAC original, de 2007, a duplicação da BR-470 entre Navegantes e Indaial teve custo estimado de R$ 98 milhões.
A notícia de mais um adiamento foi recebida com amargor pela classe empresarial da região:
– A duplicação é uma promessa antiga e ainda estamos nos estudos preliminares. Não acredito que vá sair este ano, o que é lamentável, porque deixamos de crescer. Empresas acabam não vindo para cá – critica o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Blumenau, Paulo César Lopes.
– O prejuízo já causado por essa demora é incalculável. O Vale do Itajaí está parado no seu desenvolvimento econômico devido a esse descaso da União – engrossa o coro o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Ronaldo Baumgarten Jr.
As etapas pré-duplicação |
Estão faltando: |
– Início: abril de 2009 |
– Última previsão: abril de 2010 |
– Prazo revisto: junho de 2010 |
– Custo: R$ 2,8 milhões |
– O que é: projeto de engenharia que dá forma à obra. Dele deve constar o levantamento do que será necessário para a obra, como o número de trabalhadores e máquinas. Deve ter também o orçamento e o tempo de execução estimado |
– Início: abril de 2009 |
– Última previsão: abril de 2010 |
– Prazo revisto: junho de 2010 |
– Custo: R$ 1,2 milhão |
– O que é: elaborado para que o Dnit obtenha a licença do Ibama. Depois de analisados todos os pontos, aponta soluções para amenizar os impactos ao meio ambiente |
Está pronto |
– Última previsão: dezembro de 2010 |
– Situação: concluído |
– Custo: R$ 364 mil |
– O que é: além de apontar a necessidade da obra, serve para apontar os problemas que a obra poderá sofrer em decorrência do ambiente e aponta soluções. Estuda pontos como o tráfego, topografia e geoctenia da região |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11899.
Editoria: Política.
Página: 4.