A chuva que atinge o Vale do Itajaí desde quinta-feira só perde intensidade amanhã, com o sol previsto para aparecer quarta-feira. Até lá, como não há maneira de calcular a quantidade de chuva e o local exato em que vai cair, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros permanecem de plantão, mobilizados no monitoramento do nível do rio. A expectativa era de que o Itajaí-Açu chegasse a 7 m à meia-noite. As primeiras ruas alagam a 8 m em Blumenau, o que já é considerado enchente. Dezessete famílias moradoras das ruas mais baixas da cidade foram orientadas a deixar suas casas até que a situação se normalize. Às 20h30min de ontem, os órgãos oficiais enviaram comunicado, via assessoria de imprensa, alertando para o risco de enchente durante a madrugada ou manhã de hoje.
Na última medição do rio feita ontem pelo Centro de Operação do Sistema de Alerta da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu (Ceops) da Furb, às 20h, o nível estava em 6,5 m. A maior preocupação é com risco de deslizamentos. A Defesa Civil orienta os moradores das áreas de risco e encostas para que fiquem atentos a qualquer movimentação de terra ou saída de água barrenta dos morros. Até ontem à noite, o órgão recebeu 230 chamados em Blumenau. Em 25 deles, segundo o major Aldo Batista Neto, diretor de Prevenção e Preparação da Defesa Civil, as equipes precisaram ir às ruas para atendimento, todos por deslizamentos de terra.
– Estamos solicitando atenção dos moradores nas áreas de risco em relação aos deslizamentos. Tudo depende do solo. Qualquer movimentação estranha, o morador deve acionar a Defesa Civil – orienta o major.
Em 48 horas, choveu metade do esperado para abril
Em 48 horas, choveu 64 milímetros em Blumenau. Isso significa mais do que a metade prevista para chover no mês de abril, conforme Mário Tachini, do Ceops. Não houve registro de ruas ou casas atingidas pela água. A previsão do Ceops é que, a partir da meia-noite, o nível do rio comece a baixar.
Em todo o Estado, já são 19 cidades que registraram prejuízos com a chuva, seis deles em situação de emergência. Ontem, a Defesa Civil inseriu Barra Velha e Penha na lista de municípios afetados. A situação mais crítica é em Caçador, no Meio-Oeste. Conforme o último relatório da Defesa Civil Estadual divulgado ontem, há 68 mil pessoas atingidas em Santa Catarina. Dos afetados, 3.252 estão desalojados (aqueles que foram para casa de parentes e amigos) e 429, desabrigados (que estão em abrigos públicos).
Serviço |
Em emergência – ligue 199 (Defesa Civil) ou 193 (Corpo de Bombeiros). |
Outros municípios |
Brusque |
– Ontem à noite, havia pontos de alagamentos nas ruas Bepe Rosa, Arno Carlos Gracher, Marcílio Dias e Henrique Rosin. Também há pequenos pontos de alagamento em áreas isoladas. Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar estavam em alerta. Durante a tarde, Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros pediram ontem para que a população evitasse sair de casa. Se ocorressem acidentes, havia dificuldade de locomoção das viaturas (uma delas, da PM, ficou ilhada no Bairro Águas Claras). O problema era mais grave nas localidades de Lagoa Dourada, que vai para Cedrinho e Paquetá, parte da região do Guarani, além de Azambuja e Águas Claras |
Barra Velha |
– Teve 100 casas atingidas pelas enxurradas. Conforme relatório do Departamento Estadual de Defesa Civil, 250 pessoas ficaram desalojadas e 250, desabrigadas. Cerca de mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente e o bairro mais prejudicado foi Itajuba |
Itajaí |
– A Defesa Civil ficou em estado de alerta no início da noite de ontem e não descartou a possibilidade de alagamentos nas regiões ribeirinhas durante a madrugada, principalmente por causa do Rio Itajaí-Mirim, que recebe águas de Brusque |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11922.
Editoria: Geral.
Página: 10.
Jornalistas: Isabela Kiesel (isabela.kiesel@santa.com.br) e Priscila Sell (priscila.sell@santa.com.br).