Sete sensores estão inoperantes

Composto por 16 estações telemétricas, o Sistema de Alerta de Cheias da Bacia do Rio Itajaí-Açu está com sete delas inoperantes. Os sensores instalados em Ibirama, Rio do Oeste, Vidal Ramos, Brusque, Rio do Sul e Taió estão descalibrados por falta de manutenção. A estrutura de Blumenau ainda não foi reparada depois que vândalos destruíram o sensor no início do ano. A operação do sistema, custeado pelo Estado, é responsabilidade do Ceops, da Furb.

Desde que foram instalados, em janeiro do ano passado, os equipamentos deveriam ter passado por quatro manutenções. Foram feitas três. De acordo com o coordenador do projeto de modernização do sistema de alerta de chuvas da Furb, Dirceu Luis Severo, o rio alto e a dificuldade da empresa que mantém a estrutura de agendar manutenção prejudicaram a conservação. No entanto, ele garante que a paralisação das sete estações não atrasou a previsão de cheia esta semana.

– Teria sido mais tranquilo se todos os dados estivessem confiáveis. De qualquer maneira, não houve prejuízo na qualidade da informação porque nós buscamos outras alternativas – explica Dirceu, referindo-se às réguas instaladas nas margens do rio que, por medida de segurança, apesar do sistema informatizado, ainda são monitoradas por técnicos.

Tecnologia importada prevê até espessura das nuvens

Para prever enchentes com maior antecedência, Santa Catarina precisaria ter um sistema de radares Doppler, que funciona por ondas eletromagnéticas. O sistema emite informações detalhadas sobre a espessura e conteúdo das nuvens, ensina o climatologista e coordenador do Laboratório de Climatologia da Univali, Sergey Alex de Araújo. A tecnologia, conforme o especialista, permite monitorar com precisão e mais tempo, tanto a quantidade de água quanto o tipo de tempestade que vai cair na região.

– Com o atual modelo meteorológico, somado a imagens de satélite e este sistema de radares Doppler, teríamos mais confiabilidade. O fundamental é que as tecnologias funcionem em fluxo contínuo de informações para que os tomadores de decisão tenham dados mais precisos – explica Araújo.

O sistema é importado e, por enquanto, não opera no Brasil.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11924.
Editoria: Geral.
Página: 10.
Jornalista: Isabela Kiesel (isabela.kiesel@santa.com.br).