Estudo prevê soluções contra as enchentes

BLUMENAU – Começaram ontem os estudos técnicos sobre as condições da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí. A análise é comandada pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) e pretende levantar as causas das enchentes e deslizamentos de terra para propor soluções definitivas. Ao final do estudo, um plano diretor será formulado, estabelecendo medidas para a prevenção de desastres. Uma cerimônia promovida à tarde na Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Blumenau apresentou os especialistas.

O estudo faz parte de um termo de cooperação assinado entre o Estado e a Jica. A equipe é composta por 12 técnicos japoneses, brasileiros e um mexicano, que terão como base regional para o estudo uma sala montada na sede da SDR. São engenheiros, geólogos e especialistas em deslizamentos de terra que vão analisar os 15.521 quilômetros quadrados da bacia hidrográfica. A coordenação geral do projeto é da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica de Santa Catarina (Fapesc).

Especialista de controle de cheias e chefe da equipe Jica, Minoru Ouchi analisa que o principal problema a ser solucionado no Vale do Itajaí é a ocupação das margens e a criação de mecanismos para reduzir a velocidade de vazão de água.

A comitiva ficará no Vale do Itajaí até novembro de 2011. Os trabalhos estão divididos em duas fases. No primeiro, com duração de 10 meses, será feita a pesquisa de campo e a formulação do plano diretor. Na segunda fase será discutida com o governo do Estado e a comunidade a viabilidade de projetos considerados prioritários. As obras serão financiadas com empréstimos do departamento de Ajuda Oficial para o Desenvolvimento, do Ministério das Relações Exteriores do Japão.

Este é o terceiro estudo da Jica na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí. Os dois primeiros, elaborados entre 1986 e 1990, previam o controle de enchentes por meio do alargamento do rio e da criação de cinco barragens no Vale. Foram abandonados porque encontraram resistência de especialistas devido aos impactos ambientais e sociais.

Como será o estudo

– A primeira fase do estudo iniciou ontem e deverá se estender até março de 2011. Nesse estágio será feito o reconhecimento geográfico dos municípios que compõem a Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí. Em seguida, será elaborado um plano diretor que vai sugerir as obras necessárias para a contenção de cheias e nortear a ocupação das margens

– Engenheiros e geólogos vão percorrer os 15.521 km² da bacia para analisar o nível rio, a velocidade de vazão da água e a geografia de cada cidade. A densidade populacional às margens também será estudada

– A segunda etapa está prevista para março de 2011 e terminar em novembro. Nesse processo, serão feitas as análises de viabilidade dos projetos sugeridos no plano diretor

– Audiências públicas e discussões com o governo do Estado selecionarão as propostas consideradas prioritárias. Os projetos serão encaminhados ao departamento de Ajuda Oficial para o Desenvolvimento, do governo japonês, que financiará as obras

Medidas sugeridas

– Retirar habitações próximas às margens do rio

– Ampliar a largura das margens a fim de reduzir a velocidade da vazão de água

– Estimular o armazenamento de água da chuva para retardar o escoamento da enchente

– Criar lagoas em pontos do rio que servirão como reservatório para atrasar a velocidade de vazão

Fonte: Fonte: chefe da equipe Jica, Minoru Ouchi

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 11929.
Editoria: Geral.
Página: 13.
Jornalista: Cristian Weiss (cristian.weiss@santa.com.br).