O PAC 2 foi o carro-chefe do primeiro dia da reunião geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), realizada no Costão do Santinho Resort. A subchefe de Articulação da Casa Civil, Miriam Belchior, apresentou, ontem, detalhes do programa e falou sobre as diretrizes que nortearão a escolha dos projetos.
Segundo Miriam, além de manter os investimentos em logística e aumentar os recursos para energia, o diferencial do PAC 2 será a destinação de verbas para a área social, principalmente, para saneamento, prevenção de áreas de risco e mobilidade social. Desta forma, o governo federal pretende privilegiar desde grandes obras de infraestrutura até a construção de unidades de saúde, creches e quadras esportivas.
Por isso, uma das preocupações da coordenação do PAC é que os municípios estejam preparados para apresentar os projetos.
Miriam concorda que no primeiro PAC muitas cidades ficaram fora por este motivo. Agora, a ideia é dar tempo para que as prefeituras possam se organizar, além do suporte necessário. "Estamos pedindo ao governo para ter núcleos para atender às prefeituras, através das entidades municipalistas e órgãos federais", completa o presidente da FNP e prefeito de Vitória (ES), João Coser (PT).
O prefeito de Joinville, Carlito Merss (PT), diz que em dez anos como deputado federal lhe "cortava o coração" conseguir recursos no orçamento e depois ver o dinheiro voltando para a União por falta de projeto. Para ele, o PAC 2 será uma grande possibilidade de planejamento para as prefeituras. Dário Berger (PMDB), prefeito de Florianópolis, vê no programa uma chance de a Capital avançar na questão da mobilidade urbana. "Como ficamos fora das cidades-sede da Copa do Mundo, esta será uma oportunidade para obter recursos para investir em infraestrutra e mobilidade. Até porque o PAC 2 focará nas capitais que estão em ilhas, como Florianópolis, Vitória (ES) e São Luís (MA)".
A programação do evento continua hoje e um dos painéis de destaque é em torno do debate da distribuição dos royalties de petróleo. De acordo com o subchefe de assuntos federativos da Presidência, Olavo Noleto, a intenção do governo federal é que o Congresso vote agora o modelo da exploração do pré-sal, mas deixe para depois a aprovação do modelo de divisão dos royalties, "para não se contaminar com as eleições".
O encontro reúne cerca de 80 prefeitos de diversas regiões do País. Segundo João Coser, o evento é financiado pela própria entidade, com apoio da cidade anfitriã e patrocinadores privados. O prefeito destaca que a FNP não cobra pela participação ou inscrição no evento, sendo que o custo para os convidados se resume à hospedagem e ao transporte. "Nossa entidade tem 20 anos e nunca tivemos problemas com eventos. Nossos prefeitos não vêm fazer turismo."
Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: Política.
Página: 8.