Em meio a gritaria, foi aprovada pela comissão especial da Câmara dos Deputados a proposta de reforma do Código Florestal, que libera 90% dos proprietários de terra da exigência de recuperar a vegetação nativa em uma parcela dos imóveis. As pequenas propriedades ficam dispensadas de manter reserva legal em pelo menos 20% do terreno. As que ainda tiverem vegetação nativa não poderão desmatá-la pelo menos por um período de cinco anos.
O percentual de pequenas propriedades equivale ao número de produtores que descumprem o Código. Calcula-se que 870 mil km² (nove vezes a área de SC), que deveriam ser de reserva, tenham sido desmatados irregularmente.
O texto aprovado por 13 votos a 5, reformado na véspera pelo relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP), segue para o plenário da Câmara. Rebelo evitou prever o futuro da reforma. "Se nem todos ficaram satisfeitos, consegui resolver parte importante do problema". Ruralistas e ambientalistas tentaram mudanças até a última hora e prometem persistência.
Manifestantes do Greenpeace ergueram faixa onde se lia: "Não vote em quem mata as florestas". Para o Ministério do Meio Ambiente, o texto é melhor do que o relatório, mas pode estimular devastação. Ruralistas não gostaram dos cortes no relatório original.
Idas e vindas da polêmica (anexo)
Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: AN País.
Página: 13.