Autor da emenda aprovada ontem, o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB) avalia que os colegas votaram por seus estados e pela garantia de que a União compensaria as perdas de estados e municípios prejudicados.
Diário Catarinense – Como foi a articulação para a votação da emenda, que não era esperada?
Pedro Simon – Com toda a sinceridade, eu não fiz nada. Apenas debati e fiz o pronunciamento. Havia um sentimento de que no Senado se apresentou uma complementação do que foi aprovado na Câmara, de distribuir entre todos os estados e tirar do Rio e Espírito Santo. No projeto votado ontem, eles (estados e municípios produtores) não perdem nada. A União vai transferir o que for preciso. Ao fazer as contas, a maioria dos senadores votou com o interesse dos seus estados, não prejudicando (Rio de Janeiro e Espírito Santo).
DC – Havia um acordo entre governo e oposição para esse ponto ser votado depois das eleições?
Simon – É o que o governo queria, deixar para depois das eleições. O que a gente propôs é que, se fosse deixar para depois, que deixasse tudo. O governo queria votar tudo, menos a distribuição dos royalties, e a conclusão é que eles queriam deixar os royalties para o dia de são nunca. Isso não foi aceito. O governo tem maioria, mas muitos senadores da base aceitaram a tese de que votariam por seus seus Estados e assim seria feita uma verdadeira reforma tributária.
DC- O fato de ser um período eleitoral facilitou a aprovação?
Simon – Eu não teria condições de negar. É evidente que isso deve ter contribuído para eles votarem um projeto favorável ao seus estados. É difícil o cidadão votar contra o seu Estado, seja qual for o período. E no momento que se fez a alteração, quem paga é a União. Acho que o presidente não vai vetar. É uma verdadeira reforma tributária que Brasília estava esperando há muito tempo.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 8832.
Editoria: Reportagem Especial.
Página: 4.
Jornalista: Simone Kafruni (simone.kafruni@diario.com.br).