Receita prevê crescimento

BRASÍLIA – Depois de dar um salto em agosto, a arrecadação federal deve fechar setembro com crescimento real entre 11% e 12% em relação ao mesmo mês do ano passado e encerrar o ano com alta de 10% a 12%. A previsão foi dada ontem pelo subsecretário de Tributação da Receita Federal, Sandro Serpa. Os números referem-se apenas à parcela da arrecadação diretamente administrada pela Receita e representam leve desaceleração em relação a agosto.

No mês passado, a arrecadação federal cresceu 15,32% em relação a agosto do ano passado, descontada a inflação oficial pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Se forem levadas em consideração somente as receitas administradas pela Receita, que não incluem os royalties do petróleo e a parcela do lucro das estatais repassada à União (dividendos), a alta real foi de 14,78%. Apesar de admitir crescimento menor este mês, o subsecretário disse não acreditar que os números de setembro reflitam a desaceleração da economia. Segundo ele, a arrecadação de agosto veio acima das expectativas da Receita Federal e deve retornar ao ritmo normal nos próximos meses.

De acordo com Serpa, as variáveis que mais têm se refletido na arrecadação em 2010 são a produção industrial – relacionada ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) -, a venda de bens e serviços – que impulsiona as receitas da Contribuição Social sobre o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) – e a massa salarial, que se reflete nas receitas da Previdência Social. Para ele, esses indicadores continuarão a sustentar a arrecadação. Com base na arrecadação, o subsecretário afirmou que os sinais de desaceleração da economia ainda não estão sendo sentidos.

– Não se pode dizer ainda que a economia esteja caindo porque esse conjunto de variáveis econômicas continua a apresentar crescimento elevado – disse Serpa.

Segundo ele, se houver algum sinal de redução do crescimento econômico, o impacto na arrecadação não será sentido imediatamente.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12047.
Editoria: Economia.
Página: 9.