Difícil de fazer, diz Temer

O governo dará prioridade à votação de uma minirreforma tributária no Congresso no início dos trabalhos do Legislativo a partir de amanhã, afirmou o vice-presidente da República, Michel Temer.

O realismo de seis mandatos de deputado federal, com o acúmulo de ter conduzido a presidência da Câmara por três vezes, levam Temer a pôr dúvidas sobre a votação de uma reforma política no Parlamento, ainda que essa tenha sido mencionada pela presidente Dilma Rousseff como prioridade.

– A primeira (reforma) que se tem falado muito no governo é uma reforma tributária parcial – a revisão de custos da folha de pagamento, a redução de tributos sobre investimentos, que visam precisamente ao desenvolvimento do país. Essa é uma minirreforma fundamental para que o Brasil continue a gerar empregos. Essa será a primeira delas – disse.

Sobre a reforma política, Temer não demonstra muito otimismo. Sugere que seja elaborada uma proposta de emenda constitucional (PEC) "singelíssima", com dois ou três artigos para assegurar a aprovação.

Temas como financiamento público de campanhas eleitorais e lista fechada de candidatos, disse, não passam no Congresso.

– Fui três vezes presidente da Câmara dos Deputados e em duas ocasiões eu tentei fazer a reforma política. É muito difícil porque há muitos interesses eleitorais legítimos. A reforma política não é uma questão apenas partidária. Ela é uma questão praticamente individual. Cada deputado e senador pensa precisamente no seu futuro – afirmou.

O vice tem uma espécie de rascunho da PEC elaborado mentalmente. Acha que deve ser instituído, "no artigo primeiro", o voto majoritário. No Estado democrático de direito, afirmou ele, prevalece a vontade da maioria. Para Temer, o fundamental é acabar com as distorções do quociente eleitoral, que por vezes impede que os mais votados sejam empossados.

Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9067.
Editoria: Política.
Página: 14.