É lei: agora tem que reciclar

A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos que entrou em vigor no primeiro dia de 2011 vem com o objetivo principal de melhorar as condições ambientais do país. Um exemplo a ser seguido é o da professora aposentada Terezinha Besen Barbosa, de 61 anos. Na casa onde mora com o marido e mais cinco estudantes pensionistas, no Bairro Vila Nova, em Lages, no Planalto Serrano, nada vai para a lixeira.

Tudo é reciclado, do lixo orgânico à água. Terezinha mantém em seu dia a dia a prática do aproveitamento do lixo e, assim, colabora com o meio ambiente. Tudo começou há aproximadamente 30 anos, quando Terezinha ainda lecionava. Ao trabalhar as matérias de recursos naturais e meio ambiente, ela sentiu-se motivada a dar mais atenção à questão ambiental e, desde então, passou a motivar seus alunos e todos ao seu redor.

A aposentada cita um livro que também ajudou a firmar seu interesse pela reciclagem: 50 pequenas coisas que você pode fazer para salvar a terra, da The Earth-Works Groups. A obra era usada por Terezinha nos trabalhos com os estudantes e deu à professora dicas colocadas em prática até hoje.

– Realmente tenho paixão por isso – conta Terezinha.

Em casa, todo o lixo é separado e reutilizado. Papéis usados são reaproveitados como rascunho, o lixo orgânico é recolhido e vai para a compostagem, feita no próprio quintal da casa e usada como adubo na horta. Restos de frutas servem de alimento para as galinhas no quintal e plásticos são lavados e separados.

A cada 15 dias, a coletora de lixo Terezinha Donatto busca os recicláveis na casa da xará e os vende, tirando daí o seu sustento. Vidros são separados e guardados, e as embalagens de conserva são doadas para reutilização caseira.

Lâmpadas queimadas são separadas para coleta especializada e livros e revistas são levados para a Pastoral Carcerária. Até mesmo a água é reciclada. A da chuva é apanhada para molhar as plantas e a horta, o último enxague da roupa é reutilizado para lavar roupas mais sujas, a água que cozinha batatas é usada para fazer o arroz e a que lava o arroz vai servir para regar as flores.

A professora aposentada é um exemplo de compromisso com a questão ambiental, que ela reconhece ser mais séria do que se pensa. Quando vai à feira, leva seus próprios sacos plásticos para não acumulá-los em casa. No mercado, Terezinha usa sacolas ecológicas.

Pequenos gestos, grande colaboração em prol do meio ambiente. Terezinha se diz privilegiada pelo local onde mora. O pátio grande e espaçoso proporciona total aproveitamento do lixo orgânico, como na compostagem, utilização da horta e plantas.

O principal objetivo de Terezinha, agora, é conscientizar o maior número possível de pessoas com sua iniciativa. Mesmo os que não têm muito espaço, como quem mora em apartamento, ela convida a partilhar a ideia de separar os resíduos, reaproveitá-los e reciclá-los.

– Cuidar do meio ambiente é igual à religião, ou você pratica ou não – profetiza ela.

Dicas de como separar e reciclar o lixo.

Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9040.
Editoria: Geral.
Página: 20.
Jornalista: Vania Boza.