TIMBÓ – Assim como um paciente internado precisa de atenção, a saúde financeira do Hospital e Maternidade Oase inspira cuidados. Com uma dívida de R$ 700 mil adquirida em empréstimos feitos com bancos e um déficit mensal que chega a R$ 120 mil, o hospital pede socorro. Quase 80% dos atendimentos são feitos pelo SUS e os valores repassados não cobrem todas as despesas. Para ajudar, as prefeituras de Timbó, Rodeio, Benedito Novo, Rio dos Cedros e Doutor Pedrinho firmaram um acordo em julho de 2010 para destinar R$ 417,6 mil em um ano, mas nem todos os municípios conseguiram cumprir o repasse. A situação do hospital é tão crítica que o presidente do Conselho Diretor, Adalberto Roeder, não descarta o fechamento. Porém, empresários se uniram ao poder público para garantir sobrevida à unidade de saúde e propor mudanças para que o hospital de 73 anos continue de portas abertas.
O empresário Osvaldo Trisotto afirma que um dos objetivos da classe é tornar o Oase referência em atendimento materno infantil, o que traria mais dinheiro para o caixa. Hoje, a ocupação média do hospital é de 30%. Com a mudança, a expectativa é que passe para 50%. A prefeitura de Timbó também garantiu que construirá no hospital um pronto-socorro, com valor orçado em R$ 618 mil. Com a nova estrutura pronta, o Cemur – atual pronto-socorro da cidade – será desativado. O pronto-socorro será mantido pela prefeitura. Outro objetivo é fazer um plano de saúde para oferecer aos funcionários de empresas, com atendimento obrigatório no Oase.
– Seria um plano de saúde a preço acessível, que faria com que as pessoas tivessem que buscar o Oase para consultas, atendimento ambulatorial e internações. Isso contribuirá para que mais gente busque o hospital – explica Trisotto.
As novidades, porém, ainda não têm data para sair do papel. Por enquanto, busca-se parcerias junto à iniciativa privada e outros municípios. Procuram-se também profissionais em gestão para administrar a instituição. Ontem, para conhecer o modelo de administração, prefeitos de Timbó e Rodeio visitaram hospitais em Canoinhas, Major Gercino e Papanduvas – que têm superávit mesmo com 90% dos atendimentos via SUS.
– Não adianta só o recurso, queremos garantir que o Oase seja administrado corretamente para que não ocorram novos problemas financeiros – afirma o prefeito de Timbó, Laércio Schuster Júnior.
O Estado também será procurado. Em 2 de março, uma comitiva formada por prefeitos e representantes do Oase terá uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, Dalmo Claro de Oliveira, para pedir ajuda à instituição.
– Uma coisa é certa: o hospital não vai fechar as portas. Não vamos deixar isso ocorrer – garante Trisotto.
– O que queremos é uma solução definitiva e a certeza que receberemos ajuda – desabafa Roeder.
O problema financeiro do Hospital Oase se acumula pelo menos desde 2007.
O SANTA NOTICIOU |
– Dia 27 de abril de 2007, reportagem mostrou que o hospital acumulava déficit financeiro anual de R$ 259 mil |
– Em 12 de julho de 2007, reportagem revelava que o valor repassado pelo SUS cobria só 30% das despesas médicas do hospital |
– O convênio firmado entre os cinco municípios atendidos pelo Oase para repasse de R$ 417,6 mil foi notícia na edição de 24 e 25 de julho de 2010 |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12144.
Editoria: Geral.
Página: 12.
Jornalista: Priscila Sell (priscila.sell@santa.com.br).