Tragédias naturais com menos danos

São imagens que demoram a sair da memória e que, de tempos em tempos, voltam à tona: quedas de barreiras, água invadindo casas, desabrigados e o lamento daqueles que choram os parentes mortos. Se evitar os fenômenos naturais é impossível, o que fazer para minimizar seus efeitos e evitar tragédias?

Seguindo exemplos de países que foram afetados por desastres naturais e aprenderam como reduzir os danos, o Brasil desenvolve um projeto para mapear áreas de risco, oferecer ferramentas de ação e, mais que tudo, salvar vidas.

O projeto foi solicitado pelo Ministério da Integração Nacional para o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped), da Universidade Federal de SC (UFSC). Foi assim que, em outubro de 2010, surgiu o Planejamento Nacional para Gerenciamento de Riscos (PNGR), que foi dividido em três etapas a serem concluídas em 2012.

Equipes já visitaram 17 estados. Agora, o trabalho está concentrado em Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. A primeira etapa é criar um atlas em todos os estados para definir as áreas que, historicamente, apresentam maior incidência de tragédias.

Esse levantamento está sendo feito em parcerias com prefeituras e instituições acadêmicas dos próprios estados. Para a finalização dessa etapa, faltam análises no estado do Rio de Janeiro e no Distrito Federal. O Amazonas foi o único estado que não autorizou a pesquisa em seu território.

A partir das informações da primeira fase do mapeamento, será construído um banco de dados informatizado com os desastres naturais ocorridos no País.

Enquanto 15 pesquisadores estão em trabalho de campo nas capitais brasileiras, uma equipe de dez integrantes faz os tratamentos de dados no escritório do Ceped. Essa etapa deve ser concluída em junho.

A segunda fase, que começou paralelamente à primeira etapa, inclui cadastro de novos desastres no banco de dados, formando um arquivo atualizado com dados pluviométricos, históricos e socioeconômicos.

"Essas ações não garantem que não ocorrerão mais desastres, mas reduzem significativamente os danos, como os que aconteceram em novembro de 2008 em Santa Catarina. A redução de risco está relacionada à diminuição das vulnerabilidades a qual as pessoas estão sujeitas e esse estudo vai atuar para minimizar danos", explica Rafael Schadeck, coordenador de projetos do Ceped.

A terceira e última etapa é a que vai contar com a ação das prefeituras, dos órgãos de Defesa Civil municipais e de ONGs. Será a vez de treinar e capacitar profissionais para a prevenção.

"Trata-se de minimizar efeitos, diminuir danos materiais e humanos", diz o major Márcio Luiz Alves, diretor da Defesa Civil estadual.

Mapa de desastre naturais (anexo)

Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: AN Destaque.
Página: 4.
Jornalista: Pedro Santos.