A BR-470 foi projetada para um fluxo diário de 6 mil veículos. Atualmente, mais de 35 mil circulam por ela todos os dias. A rodovia é apontada como uma das mais letais de Santa Catarina. No ano passado, mais de cem pessoas morreram no seu leito, cujo estado de conservação é lamentável, para dizer o menos. Se há uma estrada cuja importância pode ser classificada como estratégica para o desenvolvimento socioeconômico do Estado, esta é a BR-470, que atravessa o Vale do Itajaí, e pela qual circula parte substancial do PIB catarinense em direção aos grandes mercadores consumidores do país e aos portos de exportação. Hoje, funciona como mais um gargalo da economia regional. Sua duplicação é reivindicação tão antiga quanto antigas são as promessas sempre traídas feitas pelos governos de plantão.
Na noite de quinta-feira, em reunião realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), surgiu um fio de esperança de que, enfim, a duplicação saia do "ponto morto" e engrene a primeira marcha. Deputados federais e estaduais de Santa Catarina, independente de siglas partidárias, comprometeram-se a liderar, ao lado do setor empresarial, a mobilização da sociedade para exigir que ela deixe o papel e o reino da enganação. Oportuno lembrar que a duplicação do trecho Sul da BR-101 – obra federal que se arrasta – só começou após um memorável movimento de mobilização da sociedade, no qual os veículos da RBS tiveram participação ativa. A palavra de ordem, agora, é a duplicação da BR-470. Em frente.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9093.
Editoria: Editoriais.
Página: 14.