BLUMENAU – Depois de cinco anos pronto e sem uso, surge uma esperança para o Hospital Regional Universitário. Um acordo feito ontem entre a Furb e o Fundo Nacional de Saúde, responsável pelo dinheiro usado na construção do hospital, estipulou que a universidade terá que elaborar plano de ação e cronograma de execução para iniciar as atividades a partir de um Hospital Dia, que ofereça procedimentos cirúrgicos e terapêuticos para adultos e crianças, das 7h às 17h. A Pró-Reitoria de Administração da Furb e o Centro de Ciência da Saúde começaram a trabalhar nisso ontem. Porém, não foi marcada uma data para a entrega deste plano nem ficou definido quando os atendimentos no hospital devem começar.
Em princípio, a Furb teria 90 dias para resolver o problema. Caso contrário, o Fundo entregaria à Controladoria Geral da União o pedido de devolução do dinheiro da construção do hospital. Em novembro do ano passado, a notificação pedia ressarcimento de R$ 5 milhões (em 2000, o financiamento foi de R$ 2 milhões) porque a universidade nunca tinha usado as instalações terminadas em 2006. Porém, diante do acordo feito ontem, que elimina o prazo, a intenção do reitor João Natel Machado é atender o mais rápido possível o pedido do Fundo, para evitar que o embargo a empréstimos se perpetue.
A pressa da universidade em abrir o hospital tem relação com a inclusão da Furb no Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin), a lista de inadimplentes nacional, que impossibilita a instituição de pedir qualquer tipo de financiamento ou empréstimo ao município, ao Estado ou à União. Se o Hospital Dia entrasse em funcionamento, a Furb cumpriria a cláusula do convênio com o Fundo Nacional de Saúde e sairia da Cadin. Assim, não teria mais que devolver os R$ 5 milhões ao Fundo e a universidade poderia fazer outros projetos e buscar financiamento público para manter aberta a unidade de saúde.
Desde que ficou pronto, o Hospital Universitário, na Rua Samuel Morse, Bairro Fortaleza, nunca foi usado. O projeto era para que a unidade tivesse Pronto Atendimento e o Hospital Dia, disponibilizando internações de até 72 horas para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com as necessidades diagnosticadas pela Gerência de Saúde do município. A universidade também teria planos de implantar uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e laboratório de imagens.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12150.
Editoria: Geral.
Página: 14.
Jornalista: Daniela Pereira (daniela.pereira@santa.com.br).