BRASÍLIA – Para atender a determinação da presidente Dilma Rousseff de preservar os programas sociais e as obras do PAC, o governo pretende reduzir as despesas com pessoal, benefícios trabalhistas e previdenciários no orçamento deste ano. A equipe econômica também podou R$ 18 bilhões em investimentos, previstos nas emendas parlamentares. No total, o governo estipulou um corte de R$ 50,1 bilhões para 2011.
O alcance das medidas foi detalhado ontem em entrevista concedida pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior. Segundo Mantega, as medidas foram concebidas para permitir o cumprimento das metas de superávit primário, segurar pressões inflacionárias e dar sustentação a um crescimento estimado do PIB de 5,5% em 2011.
– O governo não está mudando a política econômica. Ela apenas está sendo adaptada ao novo cenário que estamos vivendo – justificou o ministro.
A maioria dos cortes está concentrada no custeio da máquina pública. Dos R$ 5 bilhões previstos para contratações de aprovados em concursos, R$ 3,5 bilhões serão contingenciados com a suspensão das nomeações e com auditorias na folha de pagamento. A partir de hoje, técnicos da Fundação Getúlio Vargas começam a analisar eventuais irregularidades nas despesas com pessoal.
O governo também estima poupar outros R$ 5 bilhões no pagamento de benefícios previdenciários, abonos e seguro-desemprego.
– Vamos revisar os instrumentos de concessão e fechar as portas para fraudes – avisou Miriam.
Apesar das garantias do Planalto, a readequação orçamentária também atingiu o Minha Casa, Minha Vida. Alegando que o Congresso ainda não aprovou a segunda etapa programa, o Planejamento tirou R$ 5,1 bilhões da dotação para habitações populares – 40% do total previsto para este ano.
Quem perdeu mais no orçamento – *R$ bilhão/bilhões (anexo)
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12153
Editoria: Política.
Página: 4.
Jornalista: Fábio Schaffner (fabio.schaffner@gruporbs.com.br).