FLORIANÓPOLIS – São imagens que demoram a sair da memória e que, de tempos em tempos, voltam à tona: quedas de barreiras, água invadindo residências, desabrigados e a dor daqueles que choram os parentes mortos. Se evitar os fenômenos naturais é impossível, o que fazer para minimizar seus efeitos e evitar tragédias?
Seguindo exemplos de países que foram afetados por grandes desastres naturais e aprenderam como reduzir os danos, o Brasil desenvolve um projeto para mapear áreas de risco, oferecer ferramentas de ação e, mais que tudo, salvar vidas.
O projeto foi solicitado pelo Ministério da Integração Nacional para o Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres (Ceped), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Foi assim que, em outubro de 2010, surgiu o Planejamento Nacional para Gerenciamento de Riscos (PNGR), que foi dividido em três etapas a serem concluídas até o ano que vem, conforme os responsáveis.
Equipes multidisciplinares visitaram 17 estados brasileiros e agora realizam trabalhos nas seis unidades da federação restantes: Alagoas, Amazonas, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
A primeira etapa é criar um atlas para definir as áreas que, historicamente, apresentam maior incidência de tragédias. Esse levantamento está sendo feito em parceria com prefeituras e instituições acadêmicas dos próprios estados.
Para a finalização dessa etapa, faltam análises no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. O Amazonas foi o único que não autorizou a pesquisa em seu território.
A partir das informações da primeira fase do mapeamento, será construído um banco de dados informatizado com os desastres naturais ocorridos no país. Enquanto 15 pesquisadores estão em trabalho de campo nas capitais brasileiras, uma equipe de dez especialistas faz o tratamento de dados no escritório do Ceped. Essa etapa deve ser concluída em junho.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12145.
Editoria: Geral.
Página: 23.
Jornalista: Pedro Santos (pedro.santos@diario.com.br).