Com o cuidado de não falar na volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou na criação de um novo imposto, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que há um clima positivo no Congresso. Segundo ele, a base aliada e a oposição estão abertas para debater avanços nos mecanismos de gestão, regra estável de financiamentos e recursos crescentes para a saúde.
O ministro afirmou que a origem desses recursos deverá ser discutida entre parlamentares, governos, prefeituras e a sociedade. Padilha repetiu uma frase que disse ter ouvido de um professor durante um congresso médico:
– Os recursos têm de vir nem que seja da Lua, de Marte, do pré-sal, de onde quer que venha. Mas tem que ter recursos crescentes para a saúde.
Padilha disse ter a expectativa de que o Congresso Nacional vote ainda este ano a Emenda Constitucional 29, que fixa regras de limite mínimo de aplicações em recursos para a saúde e de atribuição de municípios, estados e da União.
A discussão sobre a volta da CPMF começou depois da eleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro, e ganhou mais força depois da posse quando ela participou de encontro com governadores do Nordeste, em Fortaleza. Eles manifestaram apoio ao governo federal para que seja feita uma ação para reeditar a contribuição para a área da saúde.
Os estados passam por dificuldades para fazer o atendimento aos paciente, e o governo federal quer continuar investindo nos programas de prevenção contra doenças, como as sexualmente transmissíveis.
No período de Carnaval, o ministro da Saúde viajou para Recife e Rio de Janeiro divulgando a campanha de prevenção contra a Aids, que este ano tem foco nas mulheres jovens, de 13 a 19 anos. Segundo o ministro, as pesquisas mostram que nesta faixa etária há mais jovens infectadas do que rapazes, principalmente no Norte e no Nordeste. Foram distribuídas durante o Carnaval 85 milhões de camisinhas em todo o país.
O Ministério da Saúde também montou tendas para teste rápido de HIV no Rio de Janeiro, Recife, Salvador e São Paulo. O resultado do teste sai em 10 minutos.
Muitas jovens de 13 a 19 anos não tiveram referências da prevenção contras a Aids de outras gerações. A campanha do governo federal quer estimular as jovens a exigir a camisinha do parceiro – afirmou o ministro Alexandre Padilha.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9104
Editoria: Política.
Página: 8.