Planejar a cidade para os próximos 40 anos. Essa é a proposta do projeto Blumenau 2050, que quer preparar o município para abrigar uma população equivalente ao dobro da atual.
O prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) explica que 2050 foi escolhido como marco, porque é o ano em que as projeções populacionais apontam que Blumenau chegará a 700 mil habitantes. Hoje o município tem 320 mil. Para estruturar o planejamento, foram escolhidos cinco eixos: ocupação do solo, viabilização de novas alternativas de transporte urbano, mudança da prefeitura para a região Norte, saneamento básico, habitação e regularização fundiária. Também foram elencadas metas de curto prazo (até 2015), médio (até 2030) e longo prazo (até 2050).
– São projetos ousados hoje, mas daqui a 10 anos talvez não sejam. E a proposta não é imutável, ela pode ser alterada ao longo dos anos. O que precisamos perguntar é: que cidade queremos no futuro? E isso o projeto está tentando responder – afirma.
Kleinübing conta que o projeto começou a ser pensado em 2006, a partir da discussão de projetos de gestões anteriores que estavam engavetados, entre eles o Plano Diretor Físico, da década de 70, e o Blumenau Século 21, dos anos 90. A iniciativa foi apresentada para a comunidade dois anos depois, em 2008, quando houve uma interrupção nos trabalhos por conta da tragédia climática que atingiu a cidade naquele ano. A primeira oficina de revisão do projeto ocorreu em novembro do ano passado. O objetivo é realizar, anualmente, discussões entre técnicos e comunidade para avaliar as ações e discutir possíveis mudanças.
A tragédia de 2008 reforçou ainda mais a necessidade de planejamento, uma vez que os desmoronamentos atingiram encostas de morro. Como a região sul do município concentra a maior parte das áreas de risco, um dos desafios propostos no plano é orientar o crescimento em direção ao norte. O prefeito diz que essa era uma meta de longo prazo, mas foi antecipada depois da catástrofe.
Por se tratar de planejamentos e metas para os próximos 40 anos, o principal desafio do projeto será garantir sua continuidade. Como Kleinübing está na metade do seu segundo mandato, a maior parte do projeto terá que ser desenvolvida pelos seus sucessores. Para o prefeito, a chave é o envolvimento da sociedade.
– Queremos mostrar que este não é um projeto da prefeitura ou da minha gestão. É um projeto da cidade. Por isso, quando a população passa a dar a sua opinião, ela se torna co-autora, cobrando os resultados.
Planejamento |
Algumas mudanças em discussão |
– Transferência do Centro Cívico para a Região Norte da cidade |
– Remodelação da Rua XV de Novembro e arredores |
– Implantação dos corredores exclusivos para trânsito de ônibus |
– Novas pontes para facilitar o deslocamento do Centro |
– Relocação de famílias de áreas de risco com criação de loteamentos habitacionais |
– Implantação do sistema de tratamento de esgoto em toda a cidade |
– Construção do complexo da Ponte do Badenfurt e prolongamento da Rua Humberto de Campos |
– Criação de novos parques de lazer e revitalização da Prainha |
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9103
Editoria: Política.
Página: 9.
Jornalista: Natalia Viana (natalia.viana@diario.com.br).