Estado perde espaço

A capacidade do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar projetos de empresas, governos estaduais e municipais no País foi multiplicada 6,7 vezes desde 2001, mas Santa Catarina não conseguiu acompanhar este ritmo. Os recursos para o Estado foram multiplicados em uma proporção de 5,6 vezes. A fatia do Estado no total caiu de 6,1% para 5,1%.

No ano passado, os contratos aprovados pelo banco somaram R$ 8,7 bilhões em recursos liberados para financiar projetos de empresas, do governo do Estado e de 61 municípios – 40 destes, estreantes em financiamentos do BNDES. Caso o Estado tivesse mantido a sua parcela de 6,1% no ano passado, fatia do total registrada em 2001, Santa Catarina teria recebido R$ 10,3 bilhões para investir em projetos da iniciativa privada e pública.

O crescimento menor do financiamento do BNDES para o Estado não preocupa o governo de Santa Catarina.

SegundoWanderlei Pereira das Neves, diretor da dívida pública e investimentos da Secretaria da Fazenda, o resultado tem ligação com uma escolha do governo em buscar financiamentos fora do país.

Mas a parcela de empresas catarinenses que estão buscando recursos por meio de financiamentos para investir em obras de ampliação, modernização do parque fabril e demais projetos vem crescendo desde 2008.

Segundo o primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, uma pesquisa apontou que, em 2009, 22,5% das indústrias do Estado buscaram recursos desta forma em bancos públicos. Em 2008, o número era de 15%.

"Não temos dados ainda de 2010, mas percebemos que, analisando os números de 2009, quase 25% das indústrias de Santa Catarina buscaram recursos em bancos públicos e privados. Um número acima da média brasileira, que foi de 21% naquele ano", revela o dirigente.

As empresas Weg, Seara e Marcegaglia lideraram o ranking das indústrias catarinenses que mais conseguiram verbas em 2010 (veja detalhes na arte). Mas os R$ 322 milhões conquistados pela Weg para três projetos, incluída a construção de uma fábrica na Índia, foi sete vezes menor que o volume de recursos direcionados para a Marfrig, indústria que liderou o ranking nacional.

Veículo: Jornal A Notícia.
Editoria: Economia.
Página: 20.