A chuva que cai desde quinta-feira em Santa Catarina persistiu no final de semana, e os reflexos dos temporais nas cidades são cada vez maiores. Com a atualização diária dos números oficiais – com base em informações repassadas pelas prefeituras à Defesa Civil Estadual -, a quantidade de cidades atingidas subiu, ontem, de 18 para 24. Já o número de municípios em situação de emergência mais do que dobrou: passou de três para sete.
São eles Brusque, Nova Trento, Pomerode, Rio Negrinho, Santo Amaro da Imperatriz, São João Batista e Schroeder. Mais de 611 mil pessoas foram atingidas pela chuva de alguma forma em todo o Estado. Destas, 13 mil precisaram deixar as residências e 815 estão em abrigos temporários.
No Norte do Estado, a prefeitura de Corupá decretou estado de calamidade devido aos danos em estradas e riscos de deslizamentos. Os prejuízos chegam a R$ 10 milhões. Técnicos da Defesa Civil Estadual estiveram na cidade, ontem, para fazer um balanço dos estragos e decidir pela decretação. Até o final da tarde, o decreto de calamidade encaminhado não havia sido oficializado pela Defesa Civil Estadual.
O número de pontes danificadas em Jaraguá do Sul, que até sexta-feira eram seis, subiu para sete. A cidade registrou os primeiros desabrigados: duas famílias, uma com sete e outra com quatro pessoas, foram encaminhadas ao abrigo improvisado. O Corpo de Bombeiros contou com ajuda do helicóptero de uma empresa privada para resgatar uma outra família de cinco pessoas que estava isolada em uma chácara.
Em Guaramirim, 12 famílias estão isoladas no Bairro João Pessoa desde domingo, devido a um alagamento de quase um metro. Uma equipe da Secretaria de Habitação foi de barco até o local para levar alimentos aos moradores. A prefeitura avalia a possibilidade de decretar um novo estado de emergência.
Schroeder decretou situação de emergência, já que acidade tem 5 mil famílias afetadas e 50 desalojadas. As cabeceiras de duas pontes foram destruídas pela força das águas neste fim de semana.
Moradores do Bairro Morro do Meio, em Joinville, realizaram, ontem, um protesto contra a abertura de uma barragem que, segundo eles, teria provocado alagamentos. Móveis e outros objetos estragados pela água foram amontoados e queimados no meio da rua. Somente pedestres, ciclistas e motociclistas conseguiram passar.
Outra região bastante atingida pelas chuva no Estado é o Vale do Itajaí. Em Rio dos Cedros, o rio que corta o centro chegou a 7,27 metros (a capacidade máxima é 5,98 metros). Nos últimos dois anos, foram seis enchentes e ainda outras três ameaças de inundação. O prefeito Fernando Tomaselli diz que a solução é o desassoreamento do rio. Há um projeto em Brasília, orçado em R$ 2 milhões, ainda não avaliado.
Outra cidade prejudicada foi Pomerode, que tenta voltar à normalidade. Depois de um final de semana com balde e vassouras nas mãos, alguns lojistas abriram ontem. Mas pelas ruas ainda é possível encontrar montanhas de entulhos. Na associação empresarial, houve perdas.
– O prejuízo foi grande – diz a secretária da entidade, Schirlei Maske.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9109.
Editoria: Geral.
Página: 28.