A volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) para ajudar a financiar a saúde no país é desaprovada por 72% dos brasileiros, indica pesquisa do Ibope divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria. Ao todo, 20% das pessoas aprovam a volta da cobrança e o restante não sabe ou não comentou.
O levantamento mostra que o conhecimento da população acerca do tributo ainda é reduzido. Apenas 37% dos entrevistados sabiam responder o que é a CPMF. O questionamento só pôde ser levado adiante após a explicação sobre do que se tratava a contribuição.
Governadores já pediram a volta do tributo ou a criação de uma contribuição semelhante para financiar as despesas com saúde. A presidente Dilma Rousseff (PT) acenou positivamente para esse debate.
A pesquisa da CNI mostra que a população brasileira não só é contrária à volta da CPMF como 67% discordam em algum grau da criação de um novo tributo com objetivo de melhorar os serviços de saúde.
De acordo com 75% dos entrevistados, a CPMF é um imposto injusto porque afeta as pessoas independente da renda, e 63% dos entrevistados acreditam que a recriação da taxa poderá provocar uma alta nos preços.
Na opinião dos brasileiros, o governo já arrecada o suficiente. Para 87% dos entrevistados, a carga tributária é considerada elevada ou muito elevada. Para 79% dos pesquisados, a percepção é de que o valor dos impostos está aumentando.
Pesquisa mostra avaliação dos serviços públicos no país
O Ibope também questionou a percepção dos entrevistados a respeito da qualidade dos serviços públicos. De 12 serviços apresentados, apenas quatro – fornecimento de energia elétrica, fornecimento de água, iluminação pública e educação superior – foram aprovados.
Da mesma forma, 81% dos entrevistados apontaram que, em vista da quantidade de impostos que são cobrados, os serviços públicos deveriam ser melhores e 82% acreditam que o governo arrecada muito e não precisa aumentar impostos para melhorar os serviços públicos. Para 81% dos brasileiros, a má qualidade dos serviços públicos é responsabilidade mais da má gestão dos recursos do que da falta deles.
A pesquisa CNI-Ibope foi realizada entre os dias 4 e 7 de dezembro do ano passado com 2.002 pessoas em 140 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o grau de confiança de 95%.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9111.
Editoria: Política.
Página: 15.