FLORIANÓPOLIS – A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) reunirá políticos catarinenses hoje à noite, na Capital, para apresentar uma proposta na qual prevê a possibilidade de começar a curto prazo as obras de ampliação e duplicação da BR-470, no Vale do Itajaí. A partir de um estudo técnico, os empresários consideraram que é viável começar primeiro o trecho de 26,9 quilômetros entre Indaial e Blumenau, apontado como o mais crítico.
O autor do estudo é o engenheiro Ricardo Saporiti, que contou com apoio do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-SC). O engenheiro considera que a obra pode ser feita em três etapas, alcançando 125,7 quilômetros (Rio do Sul-BR-101) e sendo necessários R$ 730 milhões.
O estudo encomendado pela Fiesc mostra que a primeira etapa, entre Indaial e Blumenau, pode ser feita a curto prazo porque já existe um projeto de engenharia feito pelo Estado (antigo DER e hoje Deinfra). Esse projeto dependeria de pequenas adequações e de licenciamentos. Ou seja, na avaliação da Fiesc, em pouco tempo essa obra poderia ser licitada – é a mais cara conforme o trabalho do engenheiro, de R$ 539 milhões, pois inclui desapropriações e obras de arte.
A segunda etapa seria de 22 quilômetros de Blumenau à BR-101, e a terceira de 76 quilômetros entre Indaial e Rio do Sul. Nas considerações gerais, o engenheiro ressalta que a construção da obra é de responsabilidade do governo federal, seja de forma direta, concessão ou permissão e também fala em parcerias público privadas.
Procurado ontem pela reportagem, Saporiti não quis dar entrevista antes de apresentar o trabalho na noite de hoje, a partir das 19h, na sede da Fiesc. Deputados e prefeitos deverão comparecer. O Departamento de Infraestrutura de Transportes (DNIT) não foi convidado. Segundo a assessoria de imprensa da Fiesc, nesse primeiro momento a mobilização é política e depois haverá engajamento com os órgãos técnicos.
Para o presidente da Associação Empresarial de Blumenau (Acib), Ronaldo Baumgarten Junior, a preocupação da Fiesc com a duplicação da BR-470 é de extrema importância, pois mostra que esta obra é relevante para todo o Estado. Ele foi convidado para a reunião ontem, às 19h, e estará presente.
– É louvável a iniciativa da Fiesc, pois a duplicação é fundamental para o desenvolvimento e crescimento econômico do Vale. É importante que todas as vozes estejam reunidas para reclamar esta obra – afirmou Baumgarten Jr.
A NOVELA DA DUPLICAÇÃO |
– Até 2003, a rodovia era estadualizada. Naquele ano, passou para o comando da União. |
– Em janeiro de 2007, a BR-470 foi incluída no pacote do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto prevê duplicação de 74 Kms, entre Navegantes e Indaial. |
– Passados quatro anos, o relatório preliminar do projeto técnico de engenharia e o estudo e relatório de impacto ambiental ainda estão em análise pelo Ibama. |
– A previsão é que até julho esses estudos estejam concluídos. |
– No dia 17 de janeiro, o superintendente estadual do Dnit, João José dos Santos, prometeu a licitação no segundo semestre. O anúncio foi durante reunião com o secretário de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, o diretor-geral da pasta, Paulo França, e o presidente do Deinfra, Paulo Meller. |
– O governador Raimundo Colombo encontrou-se no dia 26 de janeiro, em Brasília, com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, para tratar do assunto. O ministro afirmou que o projeto executivo deve ser concluído até o final do semestre e, em julho, será lançada a licitação. A União, porém, irá duplicar apenas 74 quilômetros, entre Navegantes e Indaial. |
– Na ocasião, Colombo acenou com a possibilidade de uma parceria entre Estado e União para duplicar os cerca de 100 quilômetros restantes, até o entroncamento com a BR-116. |
As obras na BR-470 (anexo).
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12149.
Editoria: Política.
Página: 4.