Como proteger o Vale

BLUMENAU – Você sabe o que precisa ser feito para proteger o Vale do Itajaí de um desastre como o de novembro de 2008? A Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) estudou toda a Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí-Açu e apresentou um plano que prevê medidas a pequeno, médio e longo prazo com o objetivo de evitar que a população sofra com a instabilidade do clima nos períodos de chuva ou estiagem. O próximo passo será dado hoje, quando o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí avaliará a proposta em assembleia geral.

Os integrantes discutirão a primeira fase dos estudos técnicos sobre as condições da bacia. Esses estudos começaram em maio do ano passado, motivados pelo desastre de novembro de 2008, com foco em enchentes, deslizamentos e sistemas de alerta.

Nesta primeira fase, a agência japonesa fez uma pesquisa de campo e levantou o que pode ser feito para que a região da bacia – composta pelos rios Itajaí-Açu e Itajaí Mirim, afluentes, ribeirões e nascentes – amenize problemas decorridos do excesso ou falta de chuva. Com o estudo em mãos, foi criado o Plano Diretor de Mitigação (redução) dos Desastres de Enchentes e Escorregamentos.

Execução das obras será responsabilidade do governo

Dentro deste plano, foram propostas medidas para proteção a curto, médio e longo prazo. Para as enchentes, foram apresentados projetos para cinco, 10, 25 e 50 anos. No caso de escorregamentos e sistemas de alerta, as medidas teriam de ser tomadas a curto prazo. No entanto, os japoneses não apontam datas para a execução.

A presidente da Câmara Técnica de Produção do Comitê e assessora de saneamento da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí, Fabiana de Carvalho Rosa, não adiantou nada sobre a votação, marcada para às 8h30min de hoje, pois a aprovação da proposta será definida durante a reunião.

No entanto, ela afirmou que, desta vez, analisar e entender o estudo japonês foi mais fácil, pois o comitê tem acompanhado o trabalho de perto desde o começo. Mas, mesmo assim, as câmaras técnicas, no parecer final, apontaram questões que precisam ser rediscutidas (veja tabela).

Com o Plano Diretor aprovado, a segunda parte do trabalho, os estudos de viabilidade (técnico, financeiro e ambiental) dos projetos escolhidos na primeira fase poderão começar. A partir de março, se não houver nenhum problema, os japoneses retornarão ao país para dar continuidade. A previsão é que tudo esteja pronto até o final do ano.

A cooperação japonesa sem despesas para o Brasil termina aí. A transformação dos projetos em obras e ações dependerá do governo brasileiro (União, Estado ou município), por meio de financiamento nacional ou internacional.

Propostas do Jica para o Vale (anexo 484).

Propostas do Comitê do Itajaí (anexo 485).

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12149.
Editoria: Geral.
Página: 18.
Jornalista: Daniela Pereira (daniela.pereira@santa.com.br).