O secretário de Defesa Civil Nacional, Humberto Viana, esteve ontem na região para avaliar os estragos provocados pelo excesso de chuvas nas últimas semanas. Acompanhado do major da Defesa Civil de Santa Catarina, Emerson Neri Emerin, Viana sobrevoou pela manhã Brusque, Canelinha, Nova Trento e Blumenau. À tarde, seguiu para Pomerode e Mirim Doce. Em Blumenau, reuniu-se com o prefeito João Paulo Kleinübing e conheceu melhor o plano de prevenção de desastres elaborado pelo município. Em entrevista ao Santa, falou sobre o repasse de recursos e trouxe uma esperança: a possibilidade de se abrir uma linha de crédito para equipar defesas civis municipais.
Jornal de Santa Catarina – Qual o objetivo da vinda à região?
Humberto Viana – Sabendo dos problemas que a região está enfrentado por causa das condições climáticas, falei com prefeitos e com o governador para que fizéssemos o monitoramento. Viemos fazer uma espécie de visualização do que aconteceu para que a gente possa ter uma dimensão melhor do que as cidades sofreram. Conversamos com o prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing e vamos aguardar os relatórios de avaliação de danos de todos os municípios para que possamos dimensionar alguma coisa em termos de ajuda.
Santa – Esta avaliação que o senhor está fazendo vai ajudar na liberação de recursos para a reconstrução? Há obras a serem feitas desde 2008, mas os recursos não vieram.
Viana – Vamos resgatar todos os processos que ainda estão em aberto pois ainda há coisas a pagar de 2010. Blumenau tem um projeto muito interessante na área de prevenção de desastres que está em restos a pagar. Vamos verificar em que pé está isso e ver a possibilidade de ajudar.
Santa – Rio dos Cedros tem um projeto para desassorear o rio que há um ano e meio está parado no Ministério da Integração Nacional. Há algum compromisso da Defesa Civil Nacional quanto a essa questão?
Viana – Nós tivemos um número aproximado de 1,2 mil processos ano passado. Hoje, essa conta está muito além da capacidade de pagar do Ministério.Vamos olhar estado por estado, enumerar os projetos, classificá-los e estabelecer prioridades. Não vou jamais afirmar que vamos pagar todos os projetos, porque é impossível.
Santa – A Defesa Civil é precária em cidades da região. Muitas não têm maquinário nem profissionais. O que a Defesa Civil Nacional pode fazer?
Viana – A reestruturação da Defesa Civil Nacional é uma meta. Dentro desta reestruturação, há possibilidade de se abrir uma linha de crédito de financiamento para formar, capacitar e equipar as cidades. Não adianta eu estar em Brasília muito preparado e os municípios não terem condições de responder. Em Blumenau, há uma cultura favorável à prevenção. Se você andar pelo país, tem municípios que não compreendem a linguagem de Defesa Civil. O fundamental é a prevenção. Se a gente trabalhar com prevenção, temos uma economia imensa. Cada R$ 1 gasto em prevenção equivale a R$ 4 em resposta. Esperar que as tragédias aconteçam e aí tirar orçamento para socorrer as pessoas é uma cultura ruim.
Santa – Há prazo para a reestruturação ocorrer?
Viana – A previsão é novembro, pelo menos na Defesa Civil Nacional. Todos os equipamentos do governo federal vão emitir informações para este Centro Nacional de Prevenção de Desastres. Todas as informações serão enviadas para a Defesa Civil Nacional. A partir do momento em que a gente emitir um alerta para um estado ou um município, ele vai ter de cumprir medidas de segurança porque isso salva vidas.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12168.
Editoria: Geral.
Página: 11.