FLORIANÓPOLIS – O estudo inédito sobre abastecimento divulgado ontem pela Agência Nacional de Águas (ANA) revelou uma situação preocupante no Brasil: mais da metade dos municípios do país precisam investir até 2015 para que não falte água em 2025. Em Santa Catarina, 10 cidades terão de aplicar verba em novos mananciais: Balneário Camboriú, Camboriú, Agrolândia, Atalanta, Nova Trento, Jaraguá do Sul, Campo Erê, Maravilha, Faxinal dos Guedes e Itaiópolis.
Mas quando o assunto é recurso hídrico, o Estado ainda tem situação confortável em relação aos demais. Dos 293 municípios catarinenses, 138 estão em condições de abastecimento satisfatória e não precisarão receber investimentos. Em outras 145 cidades a situação é mediana e exige investimento de quase R$ 513 milhões para adequação do sistema já existente.
O investimento maior (R$ 115,46 milhões), contudo, é indicado para as 10 cidades que precisam buscar novas fontes de abastecimento. Em Atalanta e Agrolândia, no Alto Vale, devem ser investidos R$ 2,25 milhões para desativação da estação de Atalanta, cujo sistema passará a ser interligado ao de Agrolândia.
Especialistas afirmam que recorrer a outros mananciais nem sempre é a alternativa mais barata. O técnico da Diretoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado, Guilherme Miranda, acredita que uma das maneiras de driblar a escassez de água é o armazenamento. Ele explica que existe um ciclo hidrológico, o que significa que em períodos de chuvas como o verão é possível guardar água, por meio de barragens.
O engenheiro sanitarista Maurício Luiz Sens, especialista em tratamento de águas, aponta que, no caso de Balneário Camboriú e Camboriú, existe a possibilidade de captar água em outros mananciais pois há fontes próximas. Mas isso não significa que os municípios precisariam montar uma nova estação de tratamento. A água poderia ser transportada.
O Oeste é a região mais precária, avalia Sens. Os rios são afastados uns dos outros e chove pouco.
O ESTUDO |
O diagnóstico divulgado ontem, no Dia Mundial da Água, leva em consideração os recursos hídricos e a infraestrutura de produção e distribuição da água. É uma proposta para os gestores públicos repensarem ações. Conseguir verba para o que foi proposto cabe a cada município. |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12172.
Editoria: Geral.
Página: 9.