E estudo inédito sobre abastecimento de água divulgado ontem pela Agência Nacional de Águas (ANA) revelou uma situação preocupante no Brasil: mais da metade dos municípios precisa investir até 2015 para não ficar sem água em 2025. Em Santa Catarina, 10 cidades estão nesta situação.
Mas quando o assunto são recursos hídricos, o Estado ainda tem uma das situações mais confortáveis em relação aos demais.
Dos 293 municípios catarinenses, 138 estão em condições de abastecimento satisfatória e não precisarão receber investimentos. Em outras 145 cidades a situação é mediana. Para eles, é necessária uma verba de quase R$ 513 milhões para adequação do sistema que já existe.
O investimento mais pesado (R$ 115,46 milhões) deve ser nas 10 cidades que precisam buscar novas fontes. São elas: Campo Erê, Jaraguá do Sul, Balneário Camboriú, Camboriú, Maravilha, Faxinal dos Guedes, Nova Trento, Itaiópolis, Atalanta e Agrolândia. Nessas duas últimas, devem ser investidos R$ 2,25 milhões para desativação da estação de Atalanta, cujo sistema passará a ser interligado ao de Agrolândia.
De acordo com a assessoria de imprensa da ANA, o investimento é elevado porque existe a necessidade de construção de novas estações, o que é muito mais caro. Os recursos hídricos da região são insuficientes, por conta de infraestrutura ou do aumento da demanda, e será preciso captar água em locais próximos.
Maior parte da captação em SC é isolada
O diagnóstico, disponível no Atlas do Brasil (www.atlasdobrasil.com.br), leva em consideração os recursos hídricos da região e a infraestrutura de produção e distribuição da água.
A ANA apenas viabiliza o estudo para orientar os gestores públicos. Conseguir verba para o que foi proposto cabe a cada município.
A maior parte dos sistemas de captação e abastecimento de Santa Catarina é isolada (84%, correspondente a 54% da população urbana total). Por isso, muitas vezes falta água em um município e não no vizinho. A ANA destaca que essas cidades terão de investir para se conectar umas às outras.
Os sistemas integrados atendem 46% da população urbana total do Estado. Um dos exemplos é o Cubatão/Pilões, que atende cinco cidades da região metropolitana e é o responsável por 60% do abastecimento de Florianópolis.
Em comparação com outros estados a situação de Santa Catarina é considerada boa. Em Goiás, por exemplo, que tem 47 cidades a menos, 24 municípios precisarão captar água em novos mananciais, conforme o Atlas. Lá, os sistemas de abastecimento isolados ocorrem em 97% das áreas urbanas.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9117.
Editoria: Reportagem Especial.
Página: 4.
Jornalista: Marjorie Basso (marjorie.basso@diario.com.br).