Com o início dos trabalhos para a elaboração do projeto que será apresentado ao Ministério da Educação, a proposta Furb Federal registrou importante avanço em sua trajetória. A iniciativa atende uma exigência do governo federal para a instituição da gratuidade do ensino e considera os aspectos jurídicos, financeiros e pedagógicos da Universidade. A metodologia participativa prevê o diálogo com estudantes, professores, técnicos administrativos e a comunidade externa, de modo que o processo contemple os anseios dos diferentes segmentos da sociedade quanto à inserção da Furb no futuro da região.
O envolvimento de toda comunidade adquire particular relevância diante da constatação de diferentes estudos sobre os impactos da educação de qualidade, da produção científica e da transferência de valor do conhecimento para o desenvolvimento regional, especialmente no que se refere aos processos de inovação, crescimento econômico e bem-estar social. No caso concreto da Furb, as potencialidades internas apontam para contribuições decisivas nas áreas ambiental, social, sanitária e tecnológica. Entretanto, tais definições se vinculam às aspirações da sociedade quanto aos destinos, quer da Universidade, quer da própria região. De fato, a pergunta que presentemente nos provoca é a seguinte: que futuro queremos para os nossos filhos e qual será a participação da Furb para a concretização de tais sonhos? Nesse contexto dialógico, compete à Universidade a abertura para as reivindicações da comunidade, princípio basilar para a legitimação da proposta, cuja entrega ao Ministério da Educação ocorrerá nos próximos meses.
Em Brasília, na perspectiva do andamento do processo legislativo, o projeto já aprovado no Senado agora tramita na Câmara Federal. Embora a apreciação da matéria favoreça a discussão pública do tema, sua implementação depende de iniciativa do governo. Exatamente aí reside a importância da etapa que, neste momento, atravessa o projeto Furb Federal. A proposta em elaboração precisa ser representativa dos anseios da região, atender aos interesses coletivos e ampliar o horizonte de expectativas da comunidade. Necessita, igualmente, da adesão dos nossos representantes políticos, contribuir para o plano de expansão do ensino superior gratuito e, assim, sensibilizar o Ministério da Educação quanto à pertinência, viabilidade e conveniência da sua implantação.
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12187.
Coluna: Clóvis Reis (clovis.reis@santa.com.br).
Página: 35.