A Celesc Distribuição terá que apressar o passo para investir, até o final do ano, R$ 459 milhões em obras de ampliação da rede de abastecimento. Este é o valor que falta ser contabilizado do R$ 1,022 bilhão que a estatal se comprometeu junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para investir entre 2008 e 2011.
O valor corresponde a 44,91% do total. De acordo com o diretor técnico da Celesc Distribuição, Cleverson Siewert, parte dos R$ 459 milhões projetados pela estatal para o período já foi investida, mas ainda precisa ser contabilizada.
Nesta semana, a Celesc apresentou a proposta de investimentos para o próximo período, entre 2012 e 2015. Segundo Siewert, a estatal pretende investir R$ 1,073 bilhão no período, um valor "coerente", na avaliação do diretor, com as necessidades do Estado.
No domingo, o DC publicou uma reportagem que mapeou a situação de abastecimento para indústrias e grandes empreendimentos no Estado (veja quadro). Há problemas em seis cidades localizadas em diferentes regiões de SC. Na região Norte, a Associação Comercial e Industrial de Joinville (Acij) encaminhou uma solicitação formal para o governo do Estado e para a Celesc solicitando que investimentos na rede de abastecimento previstos para 2013 sejam adiantados para este ano.
– A cidade está crescendo muito e, se não tivermos problemas a curto prazo, poderemos senti-los a médio prazo – afirma Moacir Thomazi, coordenador do comitê de assuntos serviços públicos e infraestrutura da Acij.
O pedido da associação, de acordo com a Celesc, está sendo avaliado. Diretores e técnicos da estatal justificam que a maior parte dos atrasos nas obras de novas subestações e linhas de transmissão estão ligados a embargos judiciais motivados por questões ambientais ou por divergências envolvendo desapropriações.
O excesso de chuvas também teria influenciado no andamento de alguns projetos. Apenas a região Oeste está, segundo a Celesc, em uma situação confortável de abastecimento.
O presidente da Associação Empresarial de Curitibanos (Acic), Arnildo Carlos Gerhardt, diz que a categoria está acompanhando a resolução do problema na Serra catarinense e no Meio-Oeste e que espera uma resolução mais rápida para o problema.
Ele afirma que a prefeitura de Curitibanos teria adquirido um terreno, doado para a Celesc, para agilizar as obras da nova subestação na cidade, e que a Acic teria entregue um documento com reivindicações, incluída a questão energética, para o governador no final de março.
O diretor técnico da Celesc Distribuição, Cleverson Siewert, considera o investimento de R$ 459 milhões que terá que ser feito até o final deste ano e contabilizado no início de 2012 como um "número bastante agressivo". Pelos cálculos de Siewert, este valor é praticamente o dobro da média que deveria ter sido executada pela estatal até o ano passado.
– Este é um desafio grande, mas o nosso grupo está imbuído neste objetivo. O conselho também, que já aprovou o orçamento para este ano – afirma Siewert.
O mapa do gargalo (anexo).
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9139.
Editoria: Economia.
Página: 26.
Jornalista: Alessandra Ogeda (alessandra.ogeda@diario.com.br).