Era janeiro de 2007 quando Dilma Rousseff, então ministra-chefe da Casa Civil e comandante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), inseriu a duplicação da BR-470 no pacote de infraestrutura. Desde então, o Vale do Itajaí ouviu promessas, recebeu visitas oficiais e acatou intenções não cumpridas pelo governo federal. Todos os prazos estipulados até agora para a execução do projeto da obra furaram. Alardeada inicialmente para 2008, a duplicação foi adiada para 2010 devido ao atraso das licitações e da assinatura de contratos. O tempo passou, e a burocracia na elaboração dos estudos técnicos ainda não garantiu sequer a conclusão do projeto executivo, prevista para setembro deste ano. Em consequência, o calendário do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estipulou novo prazo para a duplicação: primeiro semestre de 2012. Serão pelo menos cinco anos de espera. Desde o anúncio do PAC, Dilma visitou três vezes o Estado. Em todas as ocasiões, garantiu com confiança que a obra terminaria em 2010. Ela também errou. Enquanto a duplicação não vence a burocracia, desde aquele 24 de janeiro de 2007 até ontem, 481 pessoas morreram no trecho da BR-470 que atravessa o Vale do Itajaí – 183 delas no trecho de 74 quilômetros entre Navegantes e o limite de Indaial com Rodeio, a ser duplicado pelo PAC. A fatalidade mais recente ocorreu ontem de manhã em Gaspar. Rogério Reiter, 39 anos, e o pai dele, Daniel, 67, morreram carbonizados no Km 33, depois de se envolverem em uma batida de frente com um caminhão. Se a pista fosse duplicada, este tipo de colisão seria impossível de acontecer. Mas as exigências ambientais, a elaboração do projeto executivo e a abertura de licitações previstas em lei para cumprir cada etapa do processo estenderam em pelo menos quatro anos a previsão do Dnit para o início das obras – e o sofrimento de quem usa a rodovia federal. O que deveria terminar em 2008, não começará antes de 2012. A mãe do PAC agora é presidente. De passagem hoje por Blumenau, Dilma Rousseff entregará as chaves às famílias beneficiadas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, no Bairro Passo Manso. Será a oportunidade ideal para a população do Vale reforçar o pedido. Os 14 prefeitos da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) entregarão uma carta à presidente com três reivindicações. No topo delas, cobram a agilidade da duplicação da BR-470. Além da segurança de motoristas e pedestres, as obras são essenciais para garantir o desenvolvimento econômico da região. Honrar este compromisso, sim, o Vale espera de Dilma. O que você gostaria de ouvir da presidente Dilma hoje em Blumenau? |
( ) A duplicação da BR-470 será agilizada |
( ) A Universidade Federal do Vale vai virar realidade |
( ) Não acredito em promessas |
Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12239.
Editoria: Política.
Página: 6.
Jornalista: Cristian Weiss (cristian.weiss@santa.com.br).