Alto Vale, onde ocorre maioria das mortes, ainda está fora dos projetos

A Polícia Rodoviária Federal registra na BR-470 fatalidades por batidas frontais, durante ultrapassagens em áreas estreitas da rodovia, colisões laterais nos acessos a trevos ou batidas traseiras que arremessam os veículos à pista contrária. Situações que serão evitadas com a duplicação da rodovia. Apenas nos oito primeiros dias de junho, seis mortes foram registradas, cinco no trecho a ser duplicado entre Navegantes e Indaial. Ontem de manhã, outra batida entre um Uno e um caminhão matou pai e filho em Gaspar.

O município é hoje um dos pontos mais críticos – foram 10 entre as 54 mortes de 2011 na rodovia -, ao lado de Blumenau e Indaial, onde o fluxo é lento e a configuração do tráfego está tomando características urbanas. Mas o pior trecho da BR-470 ainda está fora do atual projeto de duplicação: o Alto Vale, onde ocorreram 298 das 481 mortes desde 2007 (quando o projeto foi inserido no Programa de Aceleração do Crescimento). As fatalidades se concentram entre os Kms 185 e 198, na Serra da Santa, em Pouso Redondo, e nos Kms 121 e 125, em Ibirama.

No total, são 358 quilômetros de rodovia. Apesar de previsto no Estudo de Viabilidade Técnico Econômico, que antecedeu a elaboração do projeto executivo, o trecho até o Alto Vale do Itajaí não tem previsão para passar por duplicação. Segundo o Dnit, serão feitos somente melhorias estruturais. Desde 2000, 1.179 morreram na BR-470.

AS PROMESSAS DA PRESIDENTE

26 de setembro de 2008, em visita a Blumenau

A então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, novamente garantiu que a BR-470 estaria duplicada até o fim de 2010, apesar de a assinatura do contrato para formulação do Estudo de Impacto Ambiental da obra não ter ocorrido na data prevista:

– Não há atrasos. O Estudo de Impacto Ambiental sai ainda este ano e, em 2009, a obra terá início, ficando pronta ainda em 2010. Não só apostaria nisso, como vou trabalhar para acontecer.

13 de agosto de 2010, no Painel RBS Eleições 2010, em Florianópolis

Questionada se a população do Vale deve acreditar na promessa da duplicação, Dilma, candidata à presidência, afirmou que, se eleita, a duplicação estaria pronta em no máximo dois anos:

– Há problemas relativos ao meio ambiente, mas o projeto está praticamente concluído.

 

CUSTO

Cálculos feitos que integram o projeto apontam que cada quilômetro duplicado custará R$ 12.684.402,39

Para toda a obra, o Dnit estima R$ 1 bilhão

De onde vem o dinheiro

As verbas estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

Desapropriações

Em análise inicial da rodovia, foram detectadas 444 unidades passíveis de serem desapropriadas

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12239.
Editoria: Política.
Página: 6.
Jornalista: Cristian Weiss (cristian.weiss@santa.com.br).