A região mais verde do Estado é a de Blumenau, com 65% de cobertura florestal. Para especialistas, o que protege essa terra é o relevo ondulado, com vales e montanhas, e o grande volume de cursos da água, como o Rio Itajaí-Açu.
Essas características geográficas são impróprias para a agricultura e a agropecuária, que estão entre as atividades mais geradoras de desmatamentos.
Um dos pesquisadores do inventário florístico florestal, o professor de Silvicultura – ciência que estuda a implantação e regeneração de florestas – da Furb Lauri Amândio Schorn, observa que a região sul de Blumenau é a menos afetada pela interferência do homem, justamente por ser a área de relevo mais acidentado. Nesse lado da cidade estão o Parque Ecológico Spitzkopf, com um morro que alcança 936 metros de altitude, e parte do Parque Nacional da Serra do Itajaí, considerada a unidade com a melhor qualidade de área verde do Estado.
– A declividade é elevada e a hidrografia presente, com muitos cursos da água. Isso limita o uso do solo, evitando o desmatamento – explica Schorn.
O presidente da Fundação de Meio Ambiente de Blumenau, Robson Tomasoni, também credita à sua geografia, que dificulta negócios que degradam mais a natureza, a predominância de florestas na cidade. Mas levanta outros motivos para a preservação ambiental:
– A colonização possuiu pessoas com consciência ambiental, especialmente o doutor Hermann Blumenau, fundador da cidade, que era filho de guarda-parque, e os irmãos Fritz Müller e Hermann Müller. Ambos foram conhecidos internacionalmente por seus estudos da natureza, influenciando diretamente na formação da consciência preservacionista da população – analisa.
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9227
Editoria: Geral.
Página: 4.
Jornalista: Roberta Kremer (roberta.kremer@diario.com.br).