SEUL – O governador Raimundo Colombo chegou otimista a Seul para o início da viagem de uma semana à Coreia do Sul e Japão. Ele acredita que os japoneses vão começar a importar carne suína catarinense e será dado sinal positivo para a execução das obras previstas no plano diretor de controle das cheias no Vale de Itajaí, feito pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), que começou em 2008.
O primeiro plano elaborado pela Jica foi feito entre 1986 e 1989. Ele previa medidas semelhantes as atuais, que não foram executadas por falta de recursos. Desde lá, a população do vale sofreu com 11 enchentes.
– Não dá mais pra esperar. Se vier o empréstimo, ótimo. Se não, vamos fazer de qualquer jeito. Mas acho que vamos conseguir – afirmou Colombo.
A primeira etapa do projeto, orçado em R$ 200 milhões, prevê que 70 % dos recursos sejam financiados pela Jica e o restante é a contrapartida do tesouro estadual e da União. O plano prevê o aumento da capacidade da barragem de Taió e Ituporanga em dois metros, o aumento das taipas dos arrozais de 10 para 30 centímetros, a construção de comportas no Rio Itajaí-mirim e o monitoramento eletrônico por telemetria, que mede a velocidade com que o rio sobe.
Caso a Jica não libere o dinheiro, o Estado deve iniciar imediatamente com recursos próprios a parte eletrônica de monitoramento. Para o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais, o geólogo Reinhardt Fuck, embora SC esteja a frente do resto do país em sistemas de monitoramento, é preciso aprimorar:
– A nossa cobertura de radares ainda não é o que deve ser. A informação geológica deixa a desejar. É preciso aperfeiçoar o controle dos rios principais para compartimentar os vários trechos do Itajaí-açu para diminuir o impacto das enchentes.
A falta de uma plataforma de observação fundeada com boias também mostra a vulnerabilidade.
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12355
Editoria: Política
Página: 5
Jornalista: Renato Igor