No país, situação se agrava

Andar pelas estradas do país também não é tarefa fácil. A pesquisa da CNT revela que 57,4% da malha estão em estado regular, ruim ou péssimo, sendo que 26,9% estão em situação crítica, com risco considerável aos usuários. A pesquisa avaliou, entre 27 de junho e 4 de agosto, 92 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, federais, estaduais ou concedidas, o que representa cerca de 42% do total da malha pavimentada do país.

Na avaliação do diretor executivo da CNT, Bruno Batista, a situação é ruim porque os investimentos do poder público em infraestrutura são insuficientes. Para a entidade, seriam necessários R$ 200 bilhões para que o quadro pudesse ser revertido. Em 2010, o governo federal investiu somente R$ 9,85 bilhões.

– Não é admissível que um país que almeja crescer no cenário internacional tenha um investimento tão tímido em infraestrutura.

Apesar de ocupar a última posição regional, Santa Catarina ostenta índices superiores à média nacional. O principal problema apontado pela pesquisa no Estado é referente às condições de superfície da rodovia. Do total de malha rodoviária analisada, 42,4% apresentam superfície desgastada e 27,9% possuem trincas ou remendos.

A pesquisa constatou ainda que a situação precária das estradas brasileiras gera alto custo ao país. Somente com acidentes em rodovias federais, o prejuízo foi de R$ 14 bilhões no ano passado. Na avaliação da CNT, o mau estado da malha rodoviária também tem reflexos no bolso do contribuinte. Técnicos constataram que o custo gerado por uma estrada ruim influencia no preço de produtos, como a soja, por exemplo.

A CNT observou também que rodovias sob concessão apresentam melhor situação do que aquelas que estão sob gestão pública. No caso das estradas sob administração do governo, os resultados "bom" e "ótimo" somaram apenas 33,8% – frente à 86,9% das concedidas. 

Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12359
Editoria: Geral
Página: 16

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