Colombo vai ativar plano B para financiar obras

TÓQUIO – A Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) não deu a resposta que os catarinenses esperavam ontem. No penúltimo dia da viagem do governador Raimundo Colombo à Ásia, havia a esperança de um sinal positivo para a liberação dos R$ 140 milhões para a primeira etapa do plano de contenção das enchentes no Vale do Itajaí. Os japoneses dizem que, pelo fato de o Brasil estar no grupo das 20 maiores potencias globais, o país já é grande e há nações que necessitam mais ajuda.

Os R$ 60 milhões de contrapartida já estão garantidos (são R$ 32 milhões de Santa Catarina e R$ 28 milhões da União). O projeto total está orçado em US$ 1 bilhão. O governador Raimundo Colombo disse que acredita que o empréstimo vai ser concedido, mas já tem um plano B: vai iniciar diálogo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco Mundial.

Enquanto isso, Colombo vai fazer o que é possível com o que tem em caixa: R$ 3 milhões para construir a barragem de Taió e R$ 17 milhões para a de Ituporanga. O Estado vai adquirir o sistema de monitoramento eletrônico dos rios com investimento de R$ 8 milhões em equipamentos. Serão 53 pluviômetros, 16 estações de monitoramento do nível da água da chuva e câmeras de vídeo.

– Em quatro meses concluímos o projeto e mais dois meses do processo licitatório. Não dá pra esperar mais – disse o governador.

Ministério das Relações Exteriores dará a palavra final

O fato é que a Jica trabalha tanto com doações e empréstimos e o caso brasileiro seria praticamente uma relação comercial e não ajuda humanitária. Os japoneses querem incluir suas empresas nos contratos das obras, o que é inviável devido à lei das licitações, que impede direcionamento. A Jica vai receber o pedido de financiamento do Brasil e indicar um parecer favorável ao Ministério das Relações Exteriores que dará a palavra final.

O prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinubing, presente no encontro, avaliou como importante a reunião na Jica para dar início ao processo. Indagado sobre a demora para resolver um problema que é antigo, disse que não se resolve rapidamente um assunto deste tipo:

– Não se pode achar que vamos resolver no curto prazo – afirmou.

Milton Hobus, prefeito de Rio do Sul, também está na comitiva. 

Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12360
Editoria: Política
Página: 4
Jornalista: Renato Igor

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