"Vamos executar as obras mesmo sem recursos da Jica"

Apesar de não ter recebido a resposta que esperava com relação aos recursos para o projeto de contenção das enchentes do Vale do Itajaí, o governador Raimundo Colombo (PSD) avalia como positivo o roteiro pelo Japão e Coreia. Para ele, os pontos altos foram os avanços com relação à exportação da carne suína e de investimento de empresas no Estado. O governador conversou com o jornalista Renato Igor, enviado especial do Grupo RBS, no Aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, durante a viagem de volta ao Estado. Confira trechos da entrevista a seguir:

Agência RBS – Como o senhor avalia os resultados da viagem pela Ásia?

Raimundo Colombo – É positiva, a cultura asiática exige a presença do Estado e que o Estado oficialmente mostre o seu interesse no financiamento, na parceria. E foi isso que viemos fazer. Avançamos muito, em termos de Japão, para exportação da carne suína. Ficou bem consolidado. É também uma ação forte da embaixada brasileira, do governo brasileiro e isso beneficia Santa Catarina, o único que pode exportar por ser livre de febre aftosa sem vacinação. Na Coreia entendo também que não há obstáculo. A questão da Jica realmente a gente tinha uma expectativa de ter algo mais concreto. Mas a primeira grande colaboração foi o projeto, que está feito. Eles pagaram o custo de US$ 10 milhões. Hoje em dia o Brasil é visto na Ásia e na Europa não como um país pobre, mas como emergente. Então a parceria está em um novo nível e vai demorar, isso para mim ficou claro. Por isso algumas ações que a gente vai iniciar imediatamente, com recursos do Estado e do governo federal que já estão assegurados. Vamos nos valer do projeto e, tecnicamente, já está aprovada toda a questão do acompanhamento tecnológico, do monitoramento eletrônico e do aumento das barragens de Ituporanga e Taió. Isso vamos executar independentemente dos recursos da Jica.

Agência RBS – E investimentos de indústrias em Santa Catarina?

Colombo – Eram conversas que a gente vinha tendo há tempo. A Yudo já confirmou investimento e a LS também. Isso significa emprego, renda, avanço tecnológico e desenvolvimento para o Estado. São coisas muito positivas e elas estão consolidadas. É realmente, de forma concreta, o aspecto mais positivo da viagem.

Agência RBS – O senhor sempre disse que a prioridade era "governar o governo", ter conhecimento da questão administrativa do Estado e fazer economia. O senhor já tem o governo totalmente governável?

Colombo – Sim, todas as obras que estavam em andamento a gente deu continuidade e muitas delas estão em fase de conclusão ou já concluídas. Agora, vamos entrar em uma fase forte de entrega destas obras à comunidade. Estamos pavimentando mais de 500 quilômetros de estrada. Até o final do ano a gente inaugura oito rodovias. Estamos cuidando de toda operacionalidade dos hospitais para só depois começar a construção de novos. Vamos liberar, até dezembro, cerca de R$ 60 milhões para ajudar no operacional dos hospitais filantrópicos, comunitários e na melhoria dos hospitais públicos. A questão da educação já temos muito clara no nosso plano, a da segurança também. Os investimentos começam a fluir com maior agilidade.

Agência RBS – O que pode ser feito para melhorar a prestação de serviço na saúde?

Colombo – O grande problema é a tabela SUS que está defasada. No mutirão de cirurgias, já ultrapassamos 5 mil cirurgias. Acho um resultado muito bom, mas ainda faltam muitas e o projeto vai continuar. Vamos lançar agora um mutirão muito parecido para exames, uma novidade para não deixar mais ninguém na fila. O maior desafio continua sendo a saúde, temos que ampliar hospitais, como o Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí.

Veículo: Jornal de Santa Catarina.
Edição: 12362.
Editoria: Política.
Página: 6.