O crescimento populacional ocorre em meio a necessidades urgentes de redistribuição da riqueza para o combate a crescentes desigualdades. Cada país celebrará à própria moda este novo recorde de explosão demográfica: alguns vão até eleger um bebê como símbolo e outros vão organizar competições esportivas e festividades. No Vietnã, um show intitulado 7 Billion: Counting On Each Other (7 bilhões de pessoas apoiando-se mutuamente). Na Rússia, as autoridades entregarão presentes a alguns recém-nascidos. Para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o dia que marca a existência de 7 bilhões de seres humanos não é motivo de alegria:
– Os recém-nascidos chegam a um mundo contraditório, com muita comida para uns e com a falta de alimentos para 1 bilhão de pessoas que dorme com fome todas as noites.
A nova cifra demográfica representa un incremento de 1 bilhão de pessoas em relação ao número anunciado à meia-noite de 12 de outubro de 1999, quando a ONU nomeou um recém-nascido bósnio, Adnan Mevic, como o terráqueo de número 6 bilhões. O então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, foi fotografado num hospital de Sarajevo segurando Mevic nos braços. A família da criança vive, hoje, mergulhada na pobreza, o que explica, em parte, o fato de este ano não haver foto simbólica com o chefe da ONU para imortalizar o novo recorde.
Segundo a ONU, cerca de dois bebês nascem a cada segundo e continuará aumentando, até chegar a 10 bilhões em 2100. As Nações Unidas preveem que a Índia se converta no país mais povoado do mundo em 2025, quando seus habitantes somarem 1,5 bilhão, superando a China.
Ban Ki-moon, chefe das Nações Unidas
"Os recém-nascidos chegam a um mundo contraditório, com muita comida para uns e com a falta de alimentos para um bilhão de pessoas que vão dormir com fome todas as noites."
Veículo: Jornal Diário Catarinense.
Edição: 9342.
Editoria: Geral.
Página: 20.