O concurso público para contratar professores efetivos para a rede estadual de ensino deverá sair apenas em 2013. A informação foi repassada pela Secretaria de Estado da Educação, ontem, quando encerrou o prazo para ser apresentado um relatório ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), mostrando a deficiência de docentes da rede.
Até as 19h, horário de fechamento do TCE, o documento não havia sido entregue. Mas a diretora de Recursos Humanos da Secretaria, Elizete Mello, garantiu que ele está pronto e foi encaminhado ao setor jurídico da pasta e à procuradoria geral do Estado. O TCE pediu o levantamento por entender que o número de professores admitidos em caráter temporário (ACTs) é muito alto.
A rede tem 21,6 mil professores efetivos e 19,6 mil temporários.
Há seis anos não é feito concurso público e não será em 2012 que isso irá mudar. Elizete argumenta que muitas alterações estão previstas para o próximo ano, como a municipalização do ensino fundamental, onde o Estado transfere para as cidades a responsabilidade de algumas séries, além do ensino médio integral e integrado com o técnico.
– Teremos adequações a fazer e não podemos ser irresponsáveis em contratar novos funcionários. Só com a municipalização irá diminuir consideravelmente o número de ACTs. Serão municipalizados, principalmente, do 1º ao 5º ano, onde se verifica o maior número de ACTs. É preciso aguardar essas mudanças – disse.
O processo seletivo dos próximos professores temporários será feito dia 13. O número de docentes a serem chamado será definido só em dezembro, com o fim das matrículas e o fechamento das turmas. O concurso público é uma reivindicação antiga dos educadores no Estado e apareceu na pauta de negociações para colocar fim na última greve, que durou 62 dias. A coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Alvete Bedin, ficou surpresa com a notícia
– É uma bomba. O governador Raimundo Colombo nos garantiu que o concurso público não passaria de 2012. Queríamos, inclusive, que ele fosse feito no início do ano, para os professores já ingressarem no segundo semestre. Vamos ter que entrar com uma ação judicial – declarou Alvete.
Veículo: Diário Catarinense
Edição: 9346
Editoria: Geral
Página: 28
Jornalista: Julia Antunes