FLORIANÓPOLIS – As mudanças nas regras do seguro-desemprego criaram uma nova opção para buscar trabalho. Quem procura o benefício deve antes tentar três vagas de emprego.
Para representantes dos trabalhadores e de agências de emprego, as medidas estão garantindo o seguro para quem realmente precisa. O problema é que ainda há poucas oportunidades disponíveis no cadastro.
As novas regras passaram a vigorar no início de setembro. Com as mudanças, o sistema de cadastros de postos de trabalho e currículos, antes disponível somente para os técnicos do Sistema Nacional de Emprego (Sine), tornou-se acessível a qualquer pessoa pelo portal do governo (http://maisemprego.mte.gov.br).
Todos os interessados, trabalhadores ou empregadores, podem se cadastrar no site e cruzar perfis com vagas disponíveis. De acordo com o gerente do Sine em SC, Estevão Becker, o sistema contabiliza 250 vagas de emprego na Grande Florianópolis e são cadastrados, diariamente, 350 trabalhadores. Destes, 30% requerem seguro-desemprego a cada dia.
A farmacêutica Natália Comel, 28 anos, assim que chegou em Florianópolis, foi ao Sine dar entrada no seguro-desemprego a que tem direito pela demissão do seu último emprego em Lajeado (RS). Natália pediu para que as novas vagas fossem localizadas no Centro, onde planeja morar. Como o atendente do Sine não encontrou nenhuma oportunidade de acordo com o perfil da farmacêutica na região, liberou o seguro-desemprego. Se até o dia em que Natália receber a primeira parcela do benefício aparecerem vagas, ela será chamada, e, se aprovada em alguma delas, terá o seguro-desemprego cancelado.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Turismo de Santa Catarina (Sintratuh), Luiz Augusto Rodrigues, opina que as mudanças moralizaram o seguro-desemprego.
– As mudanças são positivas, uma vez que conservam o benefício, evitando que ele fosse extinto pelo abuso – defende.
Para Maria Terezinha de Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos em Florianópolis (ABRH), as mudanças nas regras evitam aqueles casos em que a pessoa fica recebendo o benefício enquanto trabalha na informalidade, sem carteira assinada.
Qualquer empresa pode cadastrar oportunidades
O principal problema no novo sistema está, justamente, no baixo número de vagas disponibilizadas pelo portal até agora, segundo o supervisor do seguro-desemprego no Estado, Cantucho João Setúbal.
– Os empresários devem ficar atentos ao sistema, principalmente na alta temporada com o apagão de mão de obra.
Alex Amorim, da capacitação de vagas do Sine, afirma que a mudança mais importante no seguro-desemprego é a obrigatoriedade da recolocação do trabalhador no mercado.
– O trabalhador sai com três cartas de encaminhamento para entrevistas com os empregadores – explica.
Veículo: Jornal de Santa Catarina
Edição: 12381
Editoria: Economia
Página: 8
Jornalista: Janaina Cavalli (janaina.cavalli@diario.com.br)